Alex Curvello é advogado @alexcurvello
Dias atrás, eu e minha esposa ficamos assustados com a quantidade enorme de pessoas ao andarmos por um certo shopping na cidade de Fortaleza, impressionados com tanta criança e nos questionando o porquê daquilo tudo.
Fato é que não perguntamos a ninguém; resolvemos o que tínhamos para resolver no shopping e fomos embora. Dias depois, uma amiga em comum nos confidenciou que tinha ido no mesmo dia, em horário parecido, ao mesmo shopping para a “Chegada do Papai Noel”.
De forma instantânea, eu e ela nos olhamos e pensamos algo bem parecido:
“Se fosse para a chegada de Jesus, será que teria a mesma quantidade de pessoas, com a mesma alegria?”
Apesar da dúvida, ficou uma certeza: deturparam o real significado do Natal. Trocaram o nascimento de uma criança pura pela chegada de um senhor que não existe, com intenções consumistas e egoístas.
A pureza de uma criança é a força norteadora que a humanidade deveria viver, e não ser identificada ou ludibriada pelo que o sistema impõe, principalmente quando é no sentido de modificar para pior.
Irei tentar minimamente demonstrar algo que, em verdade, nem precisaria ser dito: o nascimento de Jesus, o Cristo, deve ser o único e verdadeiro significado do dia 25 de dezembro.
Imagine que nasceu uma criança no interior da Amazônia, sem que quase ninguém soubesse. Poucos foram avisados e, dentre esses, vieram para o seu nascimento o Rei da Inglaterra, o Rei de Montecarlo e o Rei da Espanha.
Entretanto, nenhum desses reis comunicou ao presidente do Brasil que chegariam ao país sob seu comando. Vieram única e exclusivamente para o nascimento desta criança, trouxeram-lhe presentes e retornaram ao seu país de origem, encantados com aquela cena.
E foi assim, há mais de 2025 anos: o Ser mais puro que a humanidade já presenciou, nascido em um local inóspito, cercado de animais, apenas com seu pai e sua mãe como testemunhas, recebendo a visita de grandes homens que foram Lhe reverenciar.
Agora reflitam um pouco mais: atualmente, em 2025, o nascimento desta criança, além de seus atos, irá perpetuar no mínimo até o ano 5000 e muito mais além, posto que seus ensinamentos, durante seus 33 anos de vida, se mostram eternos.
Impressionante, não é?
Pois bem, é sobre isso: o dia vinte e cinco de dezembro, como já antedito, é o dia de Jesus, o Cristo, e não de Papai Noel. E isso é tão evidente quanto um gato preto na neve.
O que Papai Noel fez pela humanidade para ser festejado? Eu respondo: nada. Principalmente em comparação ao Homem mais extraordinário que a humanidade já presenciou, ou simplesmente pelo fato de que ele, Papai Noel, não existe — tal qual a ideia que ele representa, uma ilusão implementada na mente humana que em nada favorece o crescimento das pessoas.
Ainda mais quando efetivamente observamos o que de fato Papai Noel representa: um consumismo exagerado, encontros efêmeros e, em algumas ocasiões, discussões sem sentido na noite do nascimento de Jesus, o Cristo — que seria o dia de agradecer a oportunidade que Ele nos deu de tentar evoluir através do que Ele ensinou.
Isso significa que não deveríamos celebrar o Natal? Muito pelo contrário, como já ensinado em Mateus 18:20:
“Também vos digo que, se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus. Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.”
Trata-se de uma mensagem para o encorajamento que garante que Jesus, o Cristo, estará presente onde quer que Seus seguidores se reúnam com fé, independentemente do tamanho do grupo.
Entendo de todo coração que uma das representações do que significa o nascimento de Jesus, o Cristo, pode ser compreendida na parte final de uma linda música (De Onde Vem a Calma) de Los Hermanos:
“Deus vai dar aval sim – O mal vai ter fim – E no final assim calado – Eu sei que vou ser coroado rei de mim.”
Tudo isso vem de uma mãe dedicada que sempre tentou perpetuar o verdadeiro significado do Natal, uma esposa que compactua comigo e se alinha ao que acredito, ao tentarmos passar essa ideia às nossas meninas e à maioria da minha família, que compreende ser esse o verdadeiro sentido do nascimento de Jesus.
Por fim, acredito de todo coração que, mais do que palavras, o Universo entende de energia — que a energia de Cristo possa transcender as barreiras do orgulho e de todos os egos que habitam em nós, para que possamos cultivar amor e compaixão universal.
