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Indígenas estão com medo da vacinação por conta das fake news

Documentos que estão na CPI da Pandemia mostram que grupos indígenas ficaram com medo de tomar vacina depois de terem acesso a notícias falsas

Senhora ndigéna recebendo a dose da vacina contra a covid-19

Documentos que estão na CPI da Pandemia mostram que grupos indígenas ficaram com medo de tomar vacina depois de terem acesso a notícias falsas sobre supostos efeitos causados pelas vacinas contra a Covid-19. Eles relataram ao Ministério da Saúde que rejeitaram ser vacinados com receio de virar jacaré, de mudar de sexo, de contrair o HIV e até de morrer.

Entre as razões apontadas pelo ministério para justificar essas reações, as mais comuns são a disseminação da desinformação e a influência de grupos religiosos que pregam contra a vacina. Procurada, a pasta sustenta que, apesar disso, a vacinação vem sendo feita e que 74% dessa população já recebeu a segunda dose.

A pasta organiza a assistência à saúde indígena por meio de 34 distritos sanitários especiais (DSEIs). Desses, 19 têm relatórios disponíveis sobre as recusas dos índios em aceitar a vacina, além de estratégias para superar a resistência. A maioria é de março e abril. Por serem um grupo prioritário, os indígenas que vivem em aldeias estão entre os primeiros brasileiros a serem imunizados contra a Covid-19. O relato mais comum foi o de fake news, com 23 casos.

Em uma das três localidades diferentes no DSEI Médio Purus, no Sul do Amazonas, 229 índios rejeitaram a imunização por motivos religiosos e fake news, que “foram reforçadas com vídeos amadores que mostram pessoas se transformando em jacaré”, relata o ministério. Nesse mesmo local, outros índios “diziam que a vacina era produzida com partículas do vírus HIV, chip da besta e restos mortais”.

“Os DSEIs iniciaram a Campanha de Vacinação, e aqueles que identificaram dificuldades para o alcance da meta foram orientados a aplicar o plano de sensibilização, uma vez que o principal motivo de resistência nos territórios indígenas ocorre devido à circulação de notícias falsas”, diz trecho da nota técnica assinada por Robson Santos da Silva, titular da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).

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