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Desaparecimento de Yanomami em Roraima completa 5 dias

Os indígenas Yanomamis, que estavam desaparecidos há mais de uma semana após confronto com garimpeiros, foram encontrados, segundo o líder indígena Júnior Hekurari, em depoimento à Polícia Federal. Segundo ele, o grupo foi localizado em uma área de floresta.

Os 25 indígenas Yanomami continuam desaparecidos após cinco dias do relato sobre o incêndio da comunidade Aracaçá, em Roraima.

Na comunidade, encontrada queimada e vazia, ocorriam investigações sobre o estupro e morte de uma menina de 12 anos. Uma outra criança de 3 anos teria caído num rio e desaparecido, segundo Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kwana (Condisi-YY) que esteve no local.

Desde então, celebridades, políticos e influenciadores postaram em suas redes sociais a tag “Cadê os Yanomami”, em referência ao ocorrido. Entidades como a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) organizam as postagens e campanhas para pressionar por justiça para a comunidade Yanomami.

Na última segunda-feira (25), Júnior Hekurari Yanomami, presidente do grupo, publicou um vídeo nas redes sociais dizendo que recebeu relatos das violências, praticadas por garimpeiros ilegais que invadiram o território na região de Waikás.

Após a denúncia de desaparecimento da aldeia, Júnior Yanomami divulgou uma gravação mostrando a situação no local. “Segundo falei com as lideranças Yanomami, quando morre alguém, eles abandonam a comunidade”, afirmou. Porém, não se sabe se de fato se os moradores saíram do local por vontade própria.

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Conforme reportagem publicada pelo jornal O Globo, antes da aldeia aparecer queimada, moradores relataram que foram coagidos a não denunciarem a respeito do caso de estupro. O Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kuana comunicou que os indígenas receberam ouro de garimpeiros para manter silêncio sobre crimes.

“Ao chegar ao local, avistamos a comunidade em chamas e sem a presença de moradores indígenas no local, que só apareceram 40 minutos após pousarmos, somente para resgatar materiais de garimpeiros. Após insistência, alguns indígenas relataram que não poderiam falar, pois teriam recebido 05g de ouro dos garimpeiros para manter o silêncio”, diz nota da entidade.

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