O membro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Henrique Ávila pediu que a Corregedoria Nacional de Justiça abra um procedimento preliminar para investigar a conduta do juiz de Santa Catarina que presidiu a audiência do caso da promoter Mariana Ferrer.
O magistrado Rudson Marcos, de Florianópolis, não interveio quando o advogado disse que a promoter que afirmava ter sido estuprada numa festa, tinha como “ganha pão” a “desgraça dos outros”, nem quando ele mostrou fotos da moça em poses sensuais e disse que não teria uma filha do “nível” da garota. “Não adianta vir com esse teu choro dissimulado, falso e essa lábia de crocodilo”, disse para a vítima, sem ser repreendido.
As imagens da audiência foram reveladas pelo site The Intercept Brasil, nesta terça-feira (3). Na gravação, o advogado de Aranha, Cláudio Gastão da Rosa Filho, dispara uma série de acusações contra Mariana, que chega a ir às lágrimas e implora ao juiz que preside a audiência: “Excelentíssimo, eu estou implorando por respeito, nem os acusados são tratados do jeito que estou sendo tratada. Pelo amor de Deus, gente. O que é isso?”.
O conselheiro do CNJ Henrique Ávila quer que sejam averiguadas eventuais responsabilidades do magistrado na condução da audiência. A proposta deve ser apreciada pelo plenário do Conselho.