O Brasil atingiu o recorde de medalhas nas Olimpíadas de Tóquio com 16 no quadro oficial, quatro ouros, quatro pratas e oito bronzes, e são outras quatro garantidas, com as finais do boxe, futebol masculino e vôlei feminino. Assim, com 20 medalhas, o país já supera os 19 pódios da Rio 2016.
E não é novidade alguma que as mulheres estão dando um verdadeiro show na Olimpíada de Tóquio. As atletas brasileiras são responsáveis pela conquista de nove medalhas nos Jogos Olímpicos. Na Rio 2016, as elas conquistaram cinco das 19 medalhas, uma porcentagem menor que 30%. Em Tóquio, foram 45%. Mais importante ainda, foram responsáveis por 75% dos ouros, com três em quatro.
Desde o brilhantismo de Rayssa Leal, de 13 anos de idade no skate street, já era possível assegurar a representatividade feminina em Tóquio. Isso foi apresentado também por Rebeca Andrade, (ginástica), Mayra Aguiar (judô), Bia Ferreira (boxe), Ana Marcela Cunha (maratona aquática), Martine Grael/Kahena Kunze (vela), a dupla de tênis Luisa Stefani e Laura Pigossi e no volêi feminino, que acaba de conquistar vaga para final com os EUA, podendo ganhar prata ou ouro. A baiana Bia Ferreira é a única que não sabe a cor de sua medalha ainda porque ela vai disputar a semifinal, mas já tem o bronze garantido no boxe, categoria peso leve.
As primeiras medalhas olímpicas de atletas brasileiras ocorreram apenas nos Jogos de Atlanta, em 1996. A final do vôlei de praia feminino reuniu duas duplas do país. Enquanto Jaqueline Silva e Sandra Pires levaram o ouro, Monica Rodrigues e Adriana Samuel ficaram com a prata. Ainda nessa edição, o basquete feminino conquistou a prata e o vôlei de quadra ganhou o bronze.
Além das 20 já conquistadas, o Brasil ainda pode levar as medalhas com Isaquias Queiroz (canoagem) e o vôlei masculino, que tenta o bronze. Por fora, tem a equipe de hipismo.
Mulheres na Olimpíada
A representatividade das mulheres também pode ser vista na cerimônia de abertura dos jogos olímpicos, quando a tenista Naomi Osaka (Japão), de 23 anos, acendeu a pira olímpica. A atleta é filha de pai haitiano e mãe japonesa e representou a terra do sol nascente sob o olhar de todo o mundo.
Simone Biles, uma das esportistas mais inspiradoras foi destaque nos jogos, não pelas conquistas, mas pela coragem em falar sobre os problemas que enfrenta. Vencedora de quatro ouros olímpicos na Rio 2016 e 25 medalhas em campeonatos mundiais, ela desistiu de competir ao longo dos Jogos para priorizar sua saúde mental, mas foi confirmada na trave e levou bronze.
O Comitê Olímpico Internacional (COI) sempre viu com bons olhos a paridade dos gêneros. Nesta edição, as mulheres tiveram 48% de representatividade, numa evolução sem volta. Em Paris-2024, estima-se que essa divisão seja de 50%.