Rebeca Andrade voou para alcançar o topo. A atleta olímpica superou a si mesma e conquistou a medalha de ouro para o Brasil na final do salto neste domingo, 1º de agosto, fazendo história mais uma vez – uma expressão que já virou clichê para explicar o brilhantismo da atleta de Guarulhos, cidade da Grande São Paulo. Rebeca Andrade entra para o Olimpo da ginástica artística mundial, ostentando no peito não só a medalha de prata que conquistou na final da ginástica artística individual feminina, na sexta, mas agora também subindo ao topo do pódio nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020.
A brasileira cravou 15.166 pontos no primeiro salto, mas no segundo sofreu um pequeno deslize e terminou com a média de 15.083. A pontuação foi um pouco inferior aos 15.100 marcados nas classificatórias, quando finalizou com a terceira maior marca entre todas as ginastas. Mas ainda assim superior ao que todas as concorrentes alcançaram. A norte-americana Mykayla Skinner ficou com a prata (14.916), e a sul-coreana Seojeong Yeo levou o bronze, com 14.733.
Nas semis, apenas duas concorrentes tinham ficado a sua frente: as norte-americanas Jade Carey e Simone Biles. Mas a atual campeã olímpica e mundial no aparelho, Simone Biles – que era uma das favoritas ao ouro na prova –, desistiu de disputar a final do aparelho dias antes para cuidar de sua saúde mental, numa corajosa atitude que comoveu o mundo e que alçou a brasileira ao favoritismo.
Aos 22 anos, a atleta de Guarulhos dá sequência a um legado iniciado lá atrás. Em 2001, Daniele Hypolito deu ao Brasil a primeira medalha em um mundial de ginástica artística, com a prata no solo. Dois anos depois, Daiane dos Santos a primeira brasileira a tornar-se campeã mundial, em 2003. Agora, Rebeca —que já havia ganhado uma inédita medalha olímpica para a ginástica artística feminina brasileira, com a prata na final individual geral— entra para o ‘hall’ da fama do esporte como a primeira campeã olímpica do Brasil.