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Barroso reage às ameaças e chama Bolsonaro de farsante

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Luís Roberto Barroso reagiu, nesta quinta-feira (09), durante sessão da corte, aos discursos do presidente Jair Bolsonaro

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Luís Roberto Barroso reagiu, nesta quinta-feira (9), durante sessão da corte, aos discursos do presidente Jair Bolsonaro nas manifestações do 7 de setembro e o chamou de farsante ao se referir sobre acusações às eleições.

Barroso rebateu diretamente às alegações, sem provas, feitas por Bolsonaro sobre o sistema eleitoral e os ataques pessoais feito pelo chefe do executivo.

“Todas as pessoas de bem sabem que não houve fraude e quem é o farsante nesta história”, afirmou Barroso.

O magistrado destacou que não se pode ‘permitir a destruição das instituições para encobrir o fracasso econômico, social e moral’ que o País vive. “A democracia tem lugar para conservadores liberais e progressistas. O que nos une é o respeito à Constituição. A democracia só não tem lugar para quem pretende destrui-la”, afirmou.

Em um discurso duro, assim como fez o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, na tarde da última quarta-feira (8), o presidente da corte eleitoral disse que o País passa por um ‘momento grave’ e que a ‘marca Brasil’ sofre uma desvalorização global: “A falta de compostura nos envergonha perante o mundo. Somos vítimas de chacota e desprezo mundial, um desprestígio maior do que a inflação, do que o desemprego, do que a queda de renda, do que o desmatamento da Amazônia”.

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O presidente do TSE elencou seis acusações infundadas proferidas por Bolsonaro contra a Justiça Eleitoral e seus integrantes durante os atos de 7 de setembro, como a suposta possibilidade de fraude eleitoral devido ao sistema de votação eletrônico utilizado atualmente e a necessidade da adoção do voto impresso auditável para solucionar manipulações jamais comprovadas. De forma objetiva e firme, Barroso desmentiu cada uma das falas do presidente.

“O slogan para o momento brasileiro, ao contrário do propalado, parece ser ‘conhecerás a mentira e a mentira te aprisionará’”, disse. “Quando o fracasso bate à porta, porque esse é o destino do populismo, é preciso encontrar culpados, bodes expiatórios. O populismo vive de arrumar inimigos para justificar o seu fiasco. Pode ser o comunismo, a imprensa, ou os tribunais”.

O magistrado ainda classificou como ‘covardia’ os ataques à Justiça Eleitoral sobre o tema, sinalizando que os mesmos se dão por ‘falta de coragem’ em atacar o Congresso Nacional, responsável por derrubar a discussão sobre o voto impresso.

As reações dos ministros de tribunais superiores têm sido cada vez mais contundentes diante dos ataques incessantes que partem do Palácio do Planalto. Em agosto, o presidente do STF desmarcou a reunião entre os líderes dos Poderes para selar um acordo de paz, pois, segundo ele, Bolsonaro não está interessado no diálogo e não cumpre com a sua palavra.

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