Xi Jinping foi confirmado como grande líder da China para um terceiro mandato, após uma reunião política de uma semana eliminou rivais importantes e fortaleceu seu poder político.
O 20º Congresso do Partido Comunista Chinês, a reunião mais importante do ciclo político de cinco anos do Partido Comunista Chinês, reuniu cerca de 2.400 delegados em Pequim para carimbar grandes reformulações e mudanças constitucionais antes de seu encerramento oficial no sábado (22).
Em um evento de imprensa no domingo, sete importantes leais a Xi foram revelados como membros do órgão político mais poderoso da China, o Comitê Permanente do Politburo (PSC), enquanto subiam ao palco em ordem de classificação.
“Fui reeleito como secretário-geral do comitê central do PCC”, disse Xi no discurso de abertura, antes de apresentar os outros seis membros: Li Qiang, Zhao Leji, Wang Huning, Cai Qi, Ding Xuexiang e Li Xi.
À frente estava Xi, confirmando sua recondução como secretário-geral do partido para um terceiro mandato. A renomeação há muito especulada sinalizou a consolidação bem-sucedida e esmagadora do poder de Xi em Pequim, com a manutenção do cargo de presidente da comissão militar, controlando o Exército de Libertação Popular. Espera-se que ele recupere no próximo ano o título menos poderoso de presidente.
Entre os primeiros líderes mundiais a parabenizar Xi estavam o ditador norte-coreano Kim Jong Un e o russo Vladimir Putin, com quem Xi anunciou uma parceria ilimitada no início deste ano.
“Os resultados do Congresso do Partido confirmam plenamente sua alta autoridade política, bem como a unidade do partido que você lidera”, disse Putin, segundo o Kremlin.
Como o segundo membro do ranking depois de Xi, Li Qiang, secretário do partido em Xangai, provavelmente será nomeado o próximo primeiro-ministro quando Li Keqiang deixar o cargo em março, após dois mandatos.
Em seu breve discurso no domingo, Xi disse que a China deve permanecer em alerta máximo para desafios “como um estudante sentado para um exame sem fim”, repetindo avisos anteriores de “águas agitadas” e “tempestades perigosas” no horizonte.
A linguagem é intensificada em relação aos Congressos anteriores, que eram mais focados na paz e no desenvolvimento, e refletem o quanto a China se tornou mais isolada do Ocidente, com inúmeras disputas e tensões. Mas ele enfatiza a necessidade de manter os relacionamentos abertos.
“O desenvolvimento da China não pode deixar o mundo e o desenvolvimento do mundo também precisa da China”, disse ele.
Em 2018, Xi liderou a abolição dos limites do mandato presidencial dos líderes, abrindo caminho para que ele se tornasse líder vitalício. Expurgos anticorrupção maciços durante seu mandato, e as remodelações políticas desta semana garantiram que restasse pouca ou nenhuma oposição.
Uma lista de delegados nomeados para o comitê central de 205 membros no sábado revelou que alguns dos rivais mais importantes de Xi, com ligações a outras facções do partido e sua própria base de poder, foram empurrados para a aposentadoria.
As resoluções anunciadas no sábado revelaram mudanças constitucionais consagrando Xi, o indivíduo e seu pensamento político como o núcleo do Partico Comunista Chinês (PCC) e sua ideologia, levantando preocupações de um crescente “culto da personalidade” maoísta em torno de Xi.
Emendas separadas cimentaram a postura mais agressiva de Pequim em relação a Taiwan na constituição do partido. Onde anteriormente listou Taiwan ao lado de Hong Kong e Macau como um lugar para “construir solidariedade”. Agora, apenas jura “se opor resolutamente e restringir a independência de Taiwan”.