O Carnaval de Salvador de 2021 voltou a ser tema de debate na Câmara Municipal de Salvador, após circularem notícias de que o prefeito ACM Neto teria tomado a decisão de adiar a festa para o mês de julho. A vereadora Aladilce Souza (PCdoB) manifestou-se sobre o assunto na sessão ordinária de quarta-feira (19), pedindo que a questão seja discutida com todos os setores envolvidos.
“Eu, como ouvidora-geral desta Casa, tenho recebido vários comunicados de apelo sobre essa decisão unilateral tomada pelo prefeito, ouvindo apenas alguns empresários, amigos e financiadores da festa”, enfatizou Aladilce. “Acho que está na hora do prefeito tratar as questões coletivas de forma coletiva. O carnaval é uma festa que tem impacto em todos os segmentos da cidade, então não pode ser decidido dessa forma”, ressaltou.
Já a líder do PT na Casa, vereadora Marta Rodrigues, disse que a definição da data do Carnaval 2021 não pode ser uma decisão monocrática, partindo da Prefeitura. Segundo ela, deve ser uma decisão tomada com ampla participação popular, ouvindo a Câmara Municipal e todos os entes envolvidos sobre o melhor momento.
“Nós temos na Câmara a Comissão do Carnaval, há o Conselho Municipal do Carnaval, diversas entidades como os blocos afros, os afoxés, os blocos de samba, além dos sindicatos, associações de ambulantes e trabalhadores da festa, como garis, catadores e recicladores. A definição dessa data precisa ser discutida com todos os entes envolvidos, em audiência pública. A participação é fundamental para definir uma data de caráter eminentemente popular”, disse.
A vereadora cita que a folia momesca, além de movimentar milhões de reais para a economia, é o meio de sustento para diversos trabalhadores não só no mês da festa, como para o restante do ano. Conforme dados da Prefeitura de Salvador, são 4,5 mil ambulantes cadastrados. No entanto, pesquisas mostram que o total, somando os não credenciados, chega a 40 mil.