Bahia Pra Você

Vacina não foi a causa de parada cardíaca em criança

Mulher segura frasco rotulado como de vacina contra Covid-19 em frente a logo da Pfizer em foto de ilustração 30/10/2020 REUTERS/Dado Ruvic

Vacinação com Pfizer não foi a causa de parada cardíaca em uma criança de 10 anos, em Lençóis Paulista, no interior de São Paulo, concluiu uma investigação do Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde, nesta quinta-feira (20).

A análise realizada por mais de 10 especialistas apontou que a criança possuía uma doença congênita rara, desconhecida até então pela família, que desencadeou o quadro clínico. Ou seja, a conclusão é de que não existe qualquer relação causal entre a vacinação e o estado de saúde da menina.

A segurança e eficácia da vacinação infantil já era afirmada por especialistas. “A Secretaria de Estado da Saúde reforça a importância da vacinação e reafirma que todas os imunizantes aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária são seguros e eficazes”, afirmou a pasta em nota.

Com o caso de suposta reação do imunizante na criança, a Prefeitura de Lençóis Paulista comunicou na quarta-feira (19) a suspensão da vacinação infantil por sete dias. O evento adverso teria ocorrido 12 horas depois que a criança recebeu a dose pediátrica da Pfizer.

De acordo com a Prefeitura, o pai relatou que a criança “apresentou alterações nos batimentos cardíacos e desmaiou”. Ela foi encaminhada à rede de saúde particular para receber atendimento médico, onde foi reanimada. Ainda segundo o governo muncipal, a criança estava em estado estável e consciente. Ela foi transferida para o Hospital Unimed de Botucatu, onde permanece sob observação.

ANÚNCIO
Anúncios

Segundo a geneticista e pediatra Salmo Raskin, diretor do Laboratório Genetika, de Curitiba, “a parada cardíaca não está nem descrita nos efeitos adversos a curto prazo da vacina” e que a miocardite nessa faixa etária é “raríssima”.“(A miocardite) acomete uma em cada milhão de crianças, e os casos não são graves. Rara, a miocardite é mais frequente em meninos e após a segunda dose”, afirmou Raskin.

A Anvisa aprovou o uso da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos em dezembro do ano passado. “Não há relato de nenhum evento adverso sério, de preocupação, não há relato relacionado a casos muito graves ou mortalidade por conta da vacinação comparado com placebo. Esse perfil de segurança é importante e a gente sabe que essa é uma das maiores preocupações na hora de extrapolar uma vacina para a população pediátrica”, afirmou o gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos (GGMED) da Anvisa, Gustavo Mendes.

Sair da versão mobile