Depois de cinco anos fazendo entregas de restaurantes em todo o Brasil, o Uber Eats, serviço de delivery, vai encerrar, a partir do dia 8 de janeiro sua operação no país. O anúncio foi feito pela empresa que continuará com entrega de itens de supermercados e lojas.
“A partir de agora, a empresa vai trabalhar em duas frentes: com a Cornershop by Uber, para serviços de intermediação de entrega de compras de supermercados, atacadistas e lojas especializadas; e de entrega de pacotes pelo Uber Flash”, afirmou a companhia.
Além disso, a empresa explicou que vai expandir o Uber Direct, produto corporativo que permite que lojas façam entregas no mesmo dia para seus clientes. Esta modalidade cresceu cerca de 15 vezes em número de viagens ao longo dos últimos 12 meses, impulsionada pela demanda de grandes marcas que aderiram ao serviço.
Segundo apurou o jornal Valor Econômico, um dos motivos do encerramento do Eats é a pressão da liderança de mercado do iFood. Em setembro de 2020, o Rappi entrou com um pedido de investigação contra o iFood junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Em março, a Superintendência-Geral do Cade decidiu proibir o iFood de fechar novos contratos de exclusividade com restaurantes em sua plataforma, em caráter preliminar.
Atualmente, o Ifood é a principal liderança do mercado de delivery de restaurantes no país, com 70% de participação. Com a saída do Uber Eats, a colombiana Rappi segue como a concorrente do iFood no Brasil.
O anúncio também acontece um dia após o presidente Jair Bolsonaro (PL) sancionar um projeto de lei que obriga os aplicativos de delivery a pagar auxílios aos entregadores em casos de acidentes durante o trabalho e de contaminação por Covid-19, após quase dois anos de pandemia.