O Taleban executou um homem acusado de assassinato no oeste do Afeganistão, disse seu porta-voz na quarta-feira (7), na primeira execução pública oficialmente confirmada desde que o grupo assumiu o controle do país no ano passadoo grupo assumiu o controle do país no ano passado.
A execução na província ocidental de Farah foi de um homem acusado de esfaquear mortalmente outro homem em 2017, disse o porta-voz do Taleban, Zabihullah Mujahid, e contou com a presença de altos funcionários do grupo.
A execução foi realizada pelo pai da vítima, que atirou três vezes contra o homem, acrescentou Mujahid em comunicado posterior.
O caso foi investigado por três tribunais e autorizado pelo líder espiritual supremo do grupo, que mora na província de Kandahar, no sul, disse Mujahid. Mais de uma dúzia de altos funcionários do Taleban compareceram à execução, acrescentou, incluindo o ministro interino do Interior, Sirajuddin Haqqani, e o vice-primeiro-ministro interino, Abdul Ghani Baradar, bem como o chefe de justiça do país, o ministro interino das Relações Exteriores e o ministro interino da Educação.
A execução ocorreu depois que a Suprema Corte do país anunciou que homens e mulheres acusados de crimes como roubo e adultério haviam sido espancados em várias províncias nas últimas semanas, um possível retorno a práticas comuns durante o regime linha-dura do Talibã na década de 1990.
Um porta-voz do escritório de direitos humanos da ONU pediu no mês passado que as autoridades do Taleban suspendessem imediatamente as chicotadas públicas no Afeganistão.
O líder espiritual supremo do Taleban, Haibatullah Akhundzada, se reuniu com juízes em novembro e disse que eles deveriam aplicar punições consistentes com a lei sharia, de acordo com um comunicado do tribunal.
As chicotadas públicas e as execuções por apedrejamento ocorreram durante o regime anterior do Taleban, de 1996-2001.
Tais punições mais tarde se tornaram raras e foram condenadas pelos governos afegãos apoiados por estrangeiros que se seguiram, embora a pena de morte permanecesse legal no Afeganistão.