O mês de setembro é dedicado à conscientização e prevenção ao suicídio, com iniciativas que visam promover a importância da vida. Neste cenário de pandemia que impôs à população o distanciamento social, mudanças na rotina do trabalho e nos relacionamentos, tudo isso tem impactado na saúde mental das pessoas e a atenção deve ser maior para identificar sintomas que possam levar à depressão.
O Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio foi criado em 2003, pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio (AIPS) e Organização Mundial de Saúde (OMS), e é lembrado nesta quinta (10).
Em Salvador, a prefeitura vai promover ações de combate ao suicídio, com a realização de palestras, rodas de conversa e distribuição de material educativo nas unidades de saúde do município. O Elevador Lacerda será iluminado na cor amarela para chamar a atenção de quem passa pelo local.
A assistente social Deniz Menezes, que trabalha na rede municipal há 15 anos, reafirma a importância de chamar atenção para o Setembro Amarelo, fazendo alerta nesse período a um problema que pode ser evitado.
“Esse é um período para o fortalecimento das políticas públicas. A campanha busca também desmistificar as questões do suicídio, porque muitas vezes as pessoas acham que quem comete suicídio é fraco, mas não podemos pensar desse jeito. Nós temos que superar a questão do preconceito, julgamentos e colocar luz para falar sobre isso de uma forma responsável e acolhendo a dor do outro. É necessário ter empatia, diálogo e entender o que pode ser prevenido”, destaca.
Números
Um levantamento da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e do Conselho Federal de Medicina (CFM), mostram que são registrados cerca de 12 mil casos todos os anos no Brasil e mais de um milhão no mundo. Sendo a maioria registrada entre jovens.
Os números apontam que 96,8% dos casos estão relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e do abuso de substâncias psicoativas. Para Menezes, essas ações municipais visam alertar para esses altos índices. “Trabalhamos em setembro e durante todo ano para alertar a população”, disse.
Além da prefeitura, outras instituições estão realizando ações de enfrentamento ao suicídio, a Universidade do Estado da Bahia (UNEB), lançou a campanha de valorização pessoal e autocuidado, que consiste no acolhimento psicológico gratuito da comunidade acadêmica.
Suporte o ano inteiro
Garantindo o apoio e atendimento, a população de Salvador conta com 18 unidades do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e três Centros de Saúde Mental, com funcionamento de segunda a sexta, das 8h às 17h. Além da emergência psiquiátrica do município, que funciona 24 horas no 5º Centro de Saúde Clementino Fraga, na Avenida Centenário.
Outra alternativa é o Centro de Valorização da Vida (CVV), que realiza ações de apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo de forma gratuita e voluntária. O atendimento é feito pelo telefone 188. O CVV garante o sigilo de quem busca o serviço.