Primeiro evento náutico completamente flutuante do Nordeste, o Salvador Boat Show foi oficialmente aberto na noite desta quinta-feira (7) na Bahia Marina, local que preserva uma das mais belas vistas da cidade.
Realizado pelo Grupo Náutica, com o apoio da Prefeitura, o Salvador Boat Show coloca a capital baiana no centro das atenções do mundo náutico, com a exposição de uma diversidade de produtos do segmento, abrangendo desde embarcações de luxo a modelos de entrada, como lanchas, motos aquáticas, incluindo um modelo elétrico, além de equipamentos e acessórios. A expectativa é de que cerca de 8 mil visitantes passem pelo local.
Diretora-geral do evento, Thalita Vicentini afirmou que um dos diferenciais para ter escolhido a capital baiana para a realização do evento foi o enorme potencial da cidade para o desenvolvimento do turismo náutico na região Nordeste. “Entendemos que a Baía de Todos-os-Santos, que tem uma navegação privilegiada, faz muito mais sentido para receber o projeto. Todas as vezes que a gente leva um Boat Show para uma região, o grande objetivo é despertar e voltar o olhar das pessoas para esse setor. O setor náutico gera muita empregabilidade, boas oportunidades de negócios e o próprio turismo náutico tem um potencial muito grande. E nós vemos aqui na região um potencial enorme ainda de desenvolvimento tanto para os amantes do segmento como para trazer mais adeptos”, salientou.
Nesta versão boutique do Salvador Boat Show, estão sendo exibidos mais de 30 barcos e até mesmo iates de luxo, avaliados em R$10 milhões. A exposição também conta com acessórios e serviços de grandes marcas como Yamaha e Kelson’s, que trazem motores de última geração e revestimentos de alta tecnologia. O evento oferece também uma experiência fora d’água a partir da mostra de quadriciclos, UTVs e motos, além da experiência gastronômica da Bahia Marina, que conta com cardápios variados e uma vista única para a Baía de Todos-os-Santos.
Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Construtores de Barcos e seus Implementos (Acobar), Eduardo Colunna, Salvador e a Bahia têm atributos vantajosos quando o assunto é navegação. “Quando você olha essa baía, segunda maior navegável, e com o clima bom o ano todo, nota que realmente o potencial precisa ser mais explorado. Faltava um pouco da cultura náutica, que no Brasil vem acontecendo e está sendo bastante crescente. Aqui precisa entrar nessa onda junto. Temos 1.300 quilômetros de costa, água protegida, tempo bom o ano todo, muito propício para a navegação, então eu acho que tem que entrar nessa rota. Um evento como esse é um marco, porque as pessoas vêm, têm contato com o barco, fazem teste e têm essa experiência. É assim que se cria a cultura náutica”, opinou.
Ele acrescenta, ainda, que a aquisição de um barco é apenas um ponto de partida para a movimentação de diversas áreas relacionadas e para a geração de emprego e renda. “O barco tem uma mão de obra intensiva e depois do barco fabricado, há a manutenção, as marinas, o marinheiro. Tudo que envolve o turismo náutico é muito maior que o barco e é muito difícil que as pessoas que passam a ter barco para navegar deixem de navegar, então é um setor que gera emprego e movimenta a economia. É preciso, portanto, fomentar esse acesso”, afirmou.
Economia do mar
Nos últimos anos, a Prefeitura de Salvador tem investido em ações voltadas para o fortalecimento e desenvolvimento da economia do mar na cidade, com a criação, por exemplo, do Comitê e do SAC Náutico e das trilhas náuticas, esta como parte do programa Treinar para Empregar.
Com um ano de funcionamento, o SAC Náutico tem se consolidado como uma importante iniciativa para a desburocratização do acesso de embarcações ao país e fomento da economia do mar. Desde que foi inaugurado, o espaço já realizou mais de 800 atendimentos e recepcionou 77 embarcações estrangeiras, prestando apoio a navegadores de 33 nacionalidades, como Ucrânia, Dinamarca, França, Uruguai, Geórgia, Rússia, Nova Zelândia, Croácia, Malásia, Argentina e África do Sul.
Em novembro do ano passado, a capital baiana recebeu o primeiro Salão Náutico Salvador com Grand Pavois, realizado pela Prefeitura, em parceria com o Grand Pavois, salão internacional de barcos. O evento recebeu um público de 5.300 visitantes e movimentou cerca de R$70 milhões na comercialização de produtos das principais marcas do setor no Brasil (inclusive de estaleiros de Salvador), França, Canadá, Japão e Estados Unidos.
Cerca de 20% do público eram pessoas de outros estados e também de outros países. O salão gerou 571 empregos diretos, desde a montagem da estrutura até a prestação de serviços nos estandes das 85 marcas apresentadas.