O governo da Polônia foi informado de que o fornecimento de gás do país pela Rússia será suspenso a partir de quarta-feira (27), após a Varsóvia recusar pagar seu fornecedor, Gazprom, em rublos, em um aparente alerta para o resto da Europa.
A decisão de encerrar o fornecimento às 8h CET também seguiu o anúncio da Polônia na terça-feira de que estava impondo sanções a 50 entidades e indivíduos – incluindo a maior empresa de gás da Rússia – pela invasão da Ucrânia por Moscou.
A medida será uma grande preocupação para os países que são os mais dependentes do gás russo, como a Alemanha, mas em uma coletiva de imprensa organizada às pressas, os ministros poloneses disseram que tinham suprimentos suficientes para resistir a uma interrupção enquanto acusavam a Gazprom de violação de contrato.
Anna Moskwa, ministra do clima, disse: “Não há preocupações com a escassez de gás em nossas casas. Vale ressaltar que o gás natural liquefeito, por si só, abastece suficientemente o mercado. As entregas de GNL no [terminal] Świnoujście estão crescendo – em 2015 havia uma, em 2021 já eram 35. Hoje, prevê cerca de 50 entregas.”
Ela acrescentou: “As estratégias de diversificação apropriadas que introduzimos nos permitem sentir-nos do lado seguro nesta situação”.
A PGNiG, maior fornecedora de gás da Polônia, disse que abriria um processo de quebra de contrato sobre a decisão da Gazprom.
A Rússia atualmente fornece cerca de 55% da demanda anual da Polônia de cerca de 21 bilhões de metros cúbicos de gás, mas o governo do país ainda pressiona a UE e outros aliados ocidentais a ir mais longe na punição do Kremlin.