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Robotização humana

Devemos levar em consideração que a robotização humana que vem acontecendo no mundo acaba por determinar comportamento

Alex Curvello – Advogado

Uma ideia que ainda permanece viva no imaginário popular é de que uma sociedade torna-se evoluída com o aumento do seu quantitativo tecnológico, ou seja, quanto mais robôs, máquinas de última geração e afins, maior será a capacidade evolutiva daquelas pessoas. Mero engano, temos um povo cada vez mais viciado, depressivo, ansioso e angustiado por não saber mais conviver com outros.

Fato é que a tecnologia tem seus pontos positivos, ajuda milhares de pessoas no mundo, existe um aplicativo por exemplo chamado “Be My Eyes” que ajuda pessoas com deficiência visual, aquele que não enxerga acessa o aplicativo e pede ajuda para “enxergar” aquilo que está na sua frente e outra pessoa há milhares de quilômetros de distância pode responder, é uma evolução tecnológica em paralelo com a evolução humana.

O que torna tudo muito obscuro é pensar que aquilo que revigora também pode destruir ou uma máxima antiga de que tudo que é demais torna-se prejudicial.

Muitos ficam bastante satisfeitos com crianças que mal sabem falar, mas já sabem mexer em celular, isso, até onde posso compreender é algo bem prejudicial, tornando crianças, adolescentes e jovens adultos reclusos e muito pouco comunicativos por não terem mais como conversar pessoalmente, vivenciando uma vida de redes sociais que nunca conseguem socializar.

Devemos levar em consideração que a robotização humana que vem acontecendo no mundo acaba por determinar comportamento automático das pessoas, realmente semelhante ao de um robô, tirando a liberdade, a iniciativa ou a capacidade de raciocinar e tomar decisões dos humanos.

Em uma simples pesquisa na internet, já conseguimos encontrar opiniões de psicólogos informando que não há muita diferença entre o vício de uma determinada droga e o de acessar o celular, caracterizando que o vício em celular pode gerar diversos problemas sérios, afetando sua vida pessoal e profissional.

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Sem contar que essa “robotização” já invadiu o mercado de trabalho, impactando negativamente em relação ao desemprego, fazendo com que inúmeras pessoas deixem o labor de uma vida, por uma máquina fria, insensível e totalmente substituível sem nenhum remorso quando quebra, diferente do das habilidades interpessoais do ser humano que agrega e soma positivamente a cada empresa.

Outro fato extremamente estranho, pelo menos para mim é a humanização dos robôs, alguns querendo fazer com que possamos enxergar uma máquina com “carinho”, sendo que os benefícios da utilização de inovações tecnológicas não devem redefinir o papel do humano, complexo e único em cada existência.

Tudo é fruto de uma rede invisível, um sistema corrupto, cruel, sem alma, que faz com que a humanidade fique cada vez mais viciada, dependente, acreditando que não consegue mais viver sem aquilo, manipulando, controlando e determinando o que a maioria das pessoas devem fazer e quando fazer.

De fato, a evolução humana é inversamente proporcional à evolução tecnológica, o calor humano jamais poderá ser substituído pelo frio insensível de uma máquina.

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