A agência reguladora de medicamentos do Reino Unido se tornou a primeira no mundo a aprovar uma pílula antiviral oral para a Covid-19, em um movimento que abre caminho para que dezenas de milhares de pacientes vulneráveis recebam o tratamento neste inverno.
Quase meio milhão de doses de molnupiravir, uma pílula que pode ser tomada duas vezes ao dia em casa, deve ser entregue a partir de meados de novembro e será dada como prioridade a pacientes idosos de Covid-19 e àqueles com vulnerabilidades específicas, como sistema imunológico enfraquecido. O medicamento será inicialmente administrado aos pacientes por meio de um estudo nacional conduzido pelo NHS.
O professor Peter Horby, co-líder do inovador ensaio de recuperação de tratamentos da Covid na Universidade de Oxford, disse que a decisão da Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde (MHRA) foi muito bem-vinda e representou um divisor de águas no combate à pandemia.
A MHRA disse na quinta-feira (4) que o medicamento desenvolvido pela Ridgeback Biotherapeutics e Merck Sharp and Dohme (MSD), era seguro e eficaz na redução do risco de hospitalização e morte em pessoas com Covid leve a moderado que apresentam risco aumentado de desenvolver doença grave.
O secretário de saúde, Sajid Javid, disse que a decisão marcou um “dia histórico”, acrescentando que “o Reino Unido é agora o primeiro país do mundo a aprovar um antiviral que pode ser tomado em casa para o Covid-19. Este será um trocador de jogo para os mais vulneráveis e os imunossuprimidos, que logo poderão receber o tratamento inovador”.
O molnupiravir interfere na capacidade de replicação do vírus, o que significa que é menos capaz de se multiplicar e atingir níveis altos o suficiente no sistema respiratório para causar doenças graves. Como o medicamento é mais eficaz quando administrado nos estágios iniciais da infecção, a MHRA recomenda que seja usado o mais rápido possível após um teste positivo para Covid e dentro de cinco dias após o aparecimento dos sintomas.
O medicamento é aprovado para pessoas com Covid leve a moderado e pelo menos um fator de risco para o desenvolvimento de doenças graves, como obesidade, diabetes mellitus, doenças cardíacas ou idade acima de 60 anos.