A CPI da Pandemia vai ouvir, pela segunda vez, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Previsto para às 9h desta terça-feira (8), a reconvocação tem o objetivo de esclarecer afirmações feitas à comissão no dia 6 de maio e também sobre o combate à Covid-19 no último mês.
O depoimento foi antecipado depois do Brasil decidir ser sede para a Copa América e após o depoimento da infectologista Luana Araújo, na última quarta-feira (2). A realização do evento foi motivo de crítica entre senadores, diante de uma iminente terceira onda de covid-19. Para o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), o episódio é mais um sinal da falta de autonomia do ministro da Saúde.
Durante o depoimento de Luana Araújo, a médica relatou sobre a sua dispensa da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde, que seria mais um indício da existência de um “gabinete paralelo”, um grupo de pessoas que daria orientações externas ao presidente e interferiria no ministério.
Em uma audiência na Câmara dos Deputados no dia 26 de maio, 20 dias depois de prestar depoimento na CPI da Pandemia, Queiroga afirmou que Luana Araújo era uma “pessoa qualificada”, e que tinha as condições técnicas para exercer “qualquer função pública”, mas que não foi nomeada porque, além de “validação da técnica”, era necessária “validação política”. Por isso, parlamentares esperam que o ministro responda sobre a sua real autonomia nesse retorno à CPI.
O retorno do ministro Queiroga já havia sido aprovado antes mesmo do anúncio da Copa América e do depoimento de Luana Araújo. Para Humberto Costa (PT-PE) e Tasso Jereissati (PSDB-CE), autores de outros requerimentos, o primeiro depoimento de Marcelo Queiroga foi contraditório.