A medicina deu um grande passo na segunda-feira (10). Médicos americanos realizaram, pela primeira vez, o transplante de um coração de porco geneticamente modificado para um ser humano.
O paciente tem 57 anos, e passa bem. O procedimento inédito foi realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Maryland.
O porco modificado foi doado pela empresa de medicina regenerativa Revicor. O transplante demonstrou que um coração de animal geneticamente modificado pode funcionar no lugar de um humano sem rejeição imediata pelo corpo. O paciente segue sendo monitorado para que se possa definir se o procedimento, de fato, traz benefícios que salvam vidas, conforme informou a equipe médica.
“Essa foi uma cirurgia inovadora e nos deixa um passo mais perto de resolver a crise de escassez de órgãos. Simplesmente não há corações humanos de doadores suficientes disponíveis para atender a longa lista de potenciais receptores”, disse Bartley Griffith, que transplantou cirurgicamente o coração de porco no paciente.
A Food and Drug Administration (FDA), órgão americano equivalente à Agência Brasileira de Vigilância Sanitária (Anvisa), concedeu autorização de emergência para a cirurgia na véspera de Ano Novo. O sinal verde para o produto médico experimental foi dado por se tratar da única opção disponível para o paciente.
Antes de consentir em receber o transplante, Bennett foi totalmente informado sobre os riscos do procedimento. O xenotransplante (transplante entre espécies diferentes) traz um conjunto de riscos, incluindo a possibilidade de desencadear uma resposta imune perigosa – que pode ser mortal ao receptor.
Para evitar a resposta imune, é usada a edição genética que, neste caso, nocauteia genes do porco responsáveis pela rejeição no humano. Além disso, adiciona genes humanos responsáveis pela aceitação imunológica.