Bahia Pra Você

Discurso radical de Bolsonaro na ONU foi influenciado pelo filho

A radicalização do discurso de Jair Bolsonaro, nesta última terça-feira (21), na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), foi decisão pessoal do presidente, influenciado pelo filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

Segundo integrantes da comitiva presidencial em Nova York indicaram, embora “90% do texto lido por Bolsonaro nas Nações Unidas sejam baseados na minuta elaborada pelo Itamaraty”, os trechos mais polêmicos foram acrescentados na versão final

Segundo estas fontes, que falaram sob sigilo, Bolsonaro não aceitou negociar a retirada do trecho em que defende o tratamento precoce. Defensor da cloroquina, o presidente estava convicto de que precisava falar disso na ONU. Já a Eduardo Bolsonaro são creditados os termos mais conservadores, como a menção a Deus e à “iminente ameaça” socialista no Brasil antes do atual governo.

Para o grupo mais ideológico do governo, o “ponto alto” do discurso de Bolsonaro foi o fato de ele ter se posicionado contra o passaporte sanitário. Mais que isso: muitos acreditam que de fato ele enfrentou o passaporte, ao andar por Nova York sem vacina.

Na proposta original do discurso da ONU, elaborado pelo Itamaraty, havia “um espelho” do discurso de posse do ministro Carlos Alberto França, quando assumiu o Ministério das Relações Exteriores, há poucos meses. A proposta abordava o chamado tripé da política externa: diplomacia da vacina, retomada econômica e preservação ambiental.

ANÚNCIO
Anúncios

Fontes afirmam que Bolsonaro decidiu, pessoalmente, cortar esta parte. O presidente também cortou vários pontos do discurso, como por exemplo o trecho que tratava do acordo com o Reino Unido para transferência de tecnologia da vacina da Universidade de Oxford/AstraZeneca e a promessa de doação de imunizantes para países vizinhos do Brasil.

Sair da versão mobile