Alex Curvello – Advogado
Recentemente vi uma frase no Instagram de um colega advogado (Dr. Cassio Pacheco), achei interessante e fui pesquisar para descobrir sua origem, em uma simples navegada na internet, verifiquei que se tratava de um ditado árabe que diz: “Quem planta tâmaras, não colhe tâmaras”.
De início acho importante deixar registrado que considero que toda postagem em rede social poderia vir com um ensinamento de fundo, algo a ser passado de bom para as pessoas, fotos, músicas, frases e textos que deixassem algo de importante para a maioria das pessoas.
Alinhado a frase, recentemente eu e minha esposa recebemos um casal de amigos em nossa casa (Reuma e Mick) que nos levou tâmaras de presente, há muitos anos não comia uma tâmara, eu e Karla achamos muito saborosas, aí em seguida veio a frase inicialmente destacada e resolvi fazer o nosso Papo de Quinta desta semana.
De início importante destacar que, as tamareiras levavam de 80 a 100 anos para produzir os primeiros frutos, existem relatos de que hoje em dia, com novas técnicas de produções, esse tempo possa ser reduzido, mas o ditado é antigo e verdadeiramente sábio.
A frase se dá através de um relato disseminado na internet de que certa época, um senhor plantava tâmaras no deserto quando um jovem o abordou: “Mas por que o senhor perde tempo plantando o que não vai colher?”. O senhor virou e respondeu: “Se todos pensassem como você, ninguém colheria tâmaras”.
Sendo assim, tão importante quanto o que você vai colher, é aquilo o que você vai deixar, todas as nossas ações refletem para nosso presente e futuro.
Existem outros tantos ditados nessa mesma linha, quais sejam; “Podemos escolher o que plantar, mas seremos obrigados a colher o que plantamos”; “Você colhe o que você planta”, entretanto o título do nosso Papo de Quinta é um pouco mais profundo, enquanto os ditos exemplificados nesse parágrafo relatam a consequência do comportamento humano, no título em destaque o indivíduo se presta a lembrar sobre o nosso compromisso com os outros, isto é, se para você aquilo não servirá, perceba se não poderá ser útil para outros tantos.
Uma palavra não honrada, um compromisso adiado unilateralmente, um sentimento desrespeitado e tantas outras coisas que parte da humanidade tende a fazer acreditando que não colherão determinados frutos, são atitudes inversas à generosidade de fazer algo por alguém desinteressadamente.
Outro ponto que me fez reflexionar tal frase é em relação a que a maioria das pessoas deseja que as coisas ocorram de forma rápida, muito efêmeras, só observarmos como o “sistema” tem agido para acelerar “nossas vidas”, os áudios de whats ou de vídeos no YouTube que agora podem ser acelerados, fazendo com que a justificativa seja de que “não podemos perder tempo”, sendo que ninguém detém o tempo.
A vida corrida é reflexo de uma vida não aproveitada, o melhor que temos a fazer antes de morrer é viver, de maneira que possamos sentir tudo o que fazemos e sem reclamar, observei que sempre que peço paciência, calma ou coragem a Deus (para quem acredita), Ele não me proporciona tais sentimentos e sim acontecem fatos na minha vida que me fazem trabalhar essas reações e consequentemente fazendo com que eu tenha o que pedi.
Acredito que devemos respeitar o tempo da árvore e o nosso, tudo tem seu tempo, podem até ser aceleradas, mas será que é saudável? Será que com esse “atropelo” não pularemos etapas importantes do nosso desenvolvimento e/ou projetos.
Que possamos continuar cultivando e plantando tâmaras, mesmo sabendo que não colheremos seus frutos, tentando praticar o bem para um futuro melhor.