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Presidente do Haiti é assassinado na residência oficial do governo

President of Haiti Jovenel Moise speaks during a joint press conference with the Secretary General of the Organisation of American States (OAS) Luis Almagro in Port-au-Prince, on January 7, 2020. (Photo by CHANDAN KHANNA / AFP)

O presidente do Haiti, Jovenel Moïse, foi morto em um ataque à residência oficial do governo, na capital Porto Príncipe. A informação foi anunciada nesta quarta-feira (7) pelo primeiro-ministro do país, Claude Joseph. O premiê afirmou também que a primeira-dama Martine Moïse levou um tiro.

Joseph afirmou em um comunicado que “um grupo de indivíduos não identificados, alguns dos quais falavam em espanhol, atacou a residência privada do presidente da República” por volta da 1h e “feriu mortalmente o Chefe de Estado”.

O premiê pediu à população “que se acalme” e afirmou que “a situação da segurança no país está sob o controle da Polícia Nacional haitiana e das Forças Armadas do Haiti”. “Todas as medidas estão sendo tomadas para garantir a continuidade do Estado e proteger a nação”.

Moïse vinha enfrentando forte oposição de setores da sociedade que consideravam seu mandato ilegítimo. Nos últimos quatro anos, por exemplo, devido à pressão política, o país teve sete primeiros-ministros e uma nova troca estava programada. Joseph seria substituído esta semana após três meses no cargo.

Crise política

A instabilidade política no país se acentuou nos últimos meses após as autoridades haitianas terem frustrado uma “tentativa de golpe” de Estado contra o presidente, que teria sido alvo de um atentado mal sucedido em fevereiro.

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Na ocasião, mais de 20 pessoas foram presas durante a suposta tentativa de golpe, entre eles o juiz do Tribunal de Cassação, maior instância da Justiça haitiana, Ivickel Dabrésil e a inspetora geral da polícia nacional, Marie Louise Gauthier. “O juiz organizou um complô para dar um golpe de Estado para desestabilizar o país”, disse o ministro da Justiça, Rockefeller Vincent.

A oposição negou uma tentativa de golpe, mas há meses pressionava pela renúncia de Moïse e pela nomeação de um presidente interino para um período de transição – um dos cotados para ocupar o cargo era justamente o juiz Dabrésil.

Moïse governava o Haiti sem o controle do Legislativo desde o ano passado e dizia que ficaria no cargo até 7 de fevereiro de 2022, em uma interpretação da Constituição rejeitada pela oposição. Para eles, o mandato do presidente havia terminado em 7 de fevereiro deste ano.

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