O que ocorre, cotidianamente, na vida de milhares de mulheres, ganhou dimensões, talvez para muitos, inimagináveis. BIA, a Inteligência Artificial do Bradesco vinha sendo alvo de agressões e assédios sexuais.
A Bia funciona como uma assistente virtual que, por meio da inteligência artificial, realiza atendimento aos clientes, tirando dúvidas e com ela, também é possível fazer transferências bancárias. Somente em 2020, a BIA recebeu em torno de 95 mil mensagens agressivas, inadequadas e ofensivas.
Inspirado pelo movimento “Hey, Update My Voice” (Ei, atualize minha voz), da UNESCO, o banco lançou nesta segunda-feira (05), uma campanha que altera as respostas para que a BIA reaja de forma justa e firme contra o assédio sexual. A ação visa combater as formas de violência, com a certeza da busca pelo fim do assédio.
“A BIA não é uma mulher real, ela é uma inteligência artificial, mas também sofre assédio, e isso acontece porque ela é composta por elementos femininos. Assim a violência também é baseada no gênero. A omissão a esse tipo de ofensa só colabora para que o assédio seja visto como algo natural.”
Entre as mensagens ofensivas mais comuns enviadas à BIA, estão xingamentos, pedidos íntimos e conteúdos sexuais, como “BIA, me mande uma foto de agora”. Embora tenham sido enviadas a uma inteligência artificial, mensagens como essas são bastante comuns em redes sociais de inúmeras mulheres.
Antes, quando submetida às mensagens ofensivas e agressivas, Bia respondia “não entendi, poderia repetir?”, hoje, as respostas são mais firmes, sem submissão ou passividade, passaram a ser “essas palavras não podem ser usadas comigo e com mais ninguém” e “para você pode ser uma brincadeira. Para mim, foi violento”.
No site da campanha, o banco disponibilizou informações sobre agressões sexuais, canais de atendimento e outras iniciativas do Bradesco contra o assédio sexual.