Políticos de diferentes partidos criticam fala do presidente
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Após o ministro da Saúde Eduardo Pazuello ter anunciado ontem (20), a compra de 46 milhões de doses da vacina CoronaVac, que será produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, na manhã desta quarta-feira (21), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), desautorizou o ministro e afirmou que a “vacina chinesa de Dória” não será comprada pelo governo brasileiro.
Governadores de vários estados se posicionaram nas suas redes sociais. O prefeito de Salvador, ACM Neto, também usou a sua conta no Twitter para pedir que a questão ideológica fique de fora das discussões sobre as vacinas contra a Covid-19.
“Se a vacina, seja de que país for, tiver a eficácia comprovada, passando por todos os testes, ela deve ser disponibilizada para toda a população. Não interessa se é da China, da Rússia, do Reino Unido ou dos EUA. O que interessa é se é 100% segura. Sendo 100% segura, a questão ideológica que fique em outro canto”, salientou.
Questionado a respeito da possibilidade de o governo federal não comprar a vacina produzida pela chinesa Sinovac Biotech em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo, mesmo após o medicamento ser aprovado pelos cientistas e órgãos oficiais de saúde, o prefeito afirmou que “seria um crime inaceitável com o brasileiro colocar disputas políticas e ideológicas acima da saúde pública”, afirmou Neto.
O governador Rui Costa também se manifestou, nas suas redes sociais, sobre a politização da vacina promovida pelo governo federal. “General e Ministro da Saúde tomou medida sensata de garantir acesso à vacina de qualquer país para salvar vidas. Estamos em guerra contra a Covid-19, que já matou mais de 150 mil no Brasil. O presidente não pode desmoralizá-lo e desautorizá-lo nesta luta. Minha total solidariedade ao ministro”, afirmou o governador pelo Facebook.
O governador João Dória concedeu entrevista ao jornal Folha de S. Paulo e comentou na sua consta do Instagram “A Coronavac está sendo desenvolvida em parceria com o Butantan, que há mais de 100 anos presta serviços ao Brasil. A vacina será produzida aqui no Brasil, portanto, é uma vacina brasileira. Até aqui, os testes comprovam que é a vacina mais segura e mais avançada. Inaceitável tratar esse tema com ideologia. A hora é de paz, de união para salvar vidas. E não de eleição”, publicou
Quem também utilizou as redes sociais para criticar a postura do presidente foi o governador do Maranhão, Flávio Dino. “Bolsonaro agora quer fazer a “guerra das vacinas”. Só pensa em palanque e guerra. Será que ele não quer jogar War ou videogame com Trump ? Enquanto jogasse, ele não atrapalharia os que querem tratar com seriedade os problemas da população.
Não queremos uma nova guerra na Federação. Mas com certeza os governadores irão ao Congresso Nacional e ao Poder Judiciário para garantir o acesso da população a todas as vacinas que forem eficazes e seguras. Saúde é um bem maior do que disputas ideológicas ou eleitorais.