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Polícia encontra corpos em local de desaparecimento de jornalista e indigenista

A polícia da Amazônia brasileira encontrou os corpos de dois homens na área perto de onde o jornalista britânico Dom Phillips e o

A polícia da Amazônia brasileira encontrou os corpos de dois homens na área perto de onde o jornalista britânico Dom Phillips e o ativista indígena Bruno Pereira desapareceram há 10 dias.

Em uma coletiva de imprensa na noite desta quarta-feira (15), o superintendente da Polícia Federal na Amazônia, Eduardo Fontes disse que um dos homens presos em conexão com o desaparecimento da dupla confessou tê-los matado.

“Na terça-feira ele nos informou o local onde os corpos foram enterrados e prometeu ir conosco hoje ao local para que pudéssemos confirmar onde os corpos foram enterrados”, disse Fontes a repórteres.

Equipes da polícia percorreram 3,1 km na selva e encontraram restos humanos na quarta-feira.

“Ainda estamos investigando”, disse Fontes, acrescentando que novas prisões são esperadas. “Foi um avanço significativo. Nosso objetivo é obter provas seguras para que haja convicções.

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“Agora vamos identificar os restos humanos com a maior dignidade possível.”

Phillips e Pereira desapareceram em 5 de junho, no final de uma viagem de quatro dias pelo rio Itaquaí, no extremo oeste do Brasil.

Pereira estava acompanhando Phillips em uma viagem de reportagem para um livro sobre desenvolvimento sustentável na Amazônia, mas o barco não chegou como programado na cidade de Atalaia do Norte, não muito longe da fronteira do Brasil com o Peru.

Quando os amigos de Pereira navegaram rio abaixo e não encontraram vestígios dos homens ou do barco, deram o alarme.

No entanto, as autoridades brasileiras demoraram a responder e foram as comunidades indígenas que conheciam bem Pereira que fizeram a primeira descoberta inquietante no sábado, quando encontraram mochilas, roupas e objetos pessoais pertencentes aos dois homens submersos perto das margens do rio.

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A polícia deteve um homem na quarta-feira, Amarildo da Costa de Oliveira, mas não conseguiu vinculá-lo de forma conclusiva ao desaparecimento. Ele teria negado qualquer envolvimento nos desaparecimentos. Seis dias depois, eles prenderam seu irmão Oseney e o acusaram de “suposto assassinato agravado”.

A investigação foi marcada por contratempos, desde a lentidão na resposta das equipes de busca do Exército e da Marinha, até as ações fortemente criticadas da embaixada brasileira em Londres, que disse à família de Phillips no Reino Unido que seu corpo havia sido encontrado, apenas para retratar a declaração mais tarde.

Na quarta-feira, Boris Johnson disse que o governo do Reino Unido estava “profundamente preocupado” com o caso depois que Theresa May pediu ao primeiro-ministro que tornasse o caso “uma prioridade diplomática”. May levantou o caso durante as perguntas do primeiro-ministro, citando correspondência com a sobrinha de Phillips, Dominique Davis, um de seus eleitores.

Também ocorre em meio a críticas generalizadas às políticas do Brasil sobre o meio ambiente e as estimativas de 235 tribos indígenas que vivem no Brasil.

O desmatamento disparou sob o presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro e as agências governamentais dedicadas à proteção do meio ambiente e as comunidades indígenas foram prejudicadas.

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Pereira era um servidor da Funai, fundação federal encarregada de proteger as comunidades indígenas, mas foi afastado do cargo no final de 2019 depois de liderar uma operação para destruir minas ilegais que operavam em terras indígenas.

Mais tarde, ele começou a trabalhar com organizações de direitos indígenas em áreas remotas da floresta tropical para ajudá-los a mapear seus territórios e protegê-los de invasões de garimpeiros, madeireiros e traficantes de drogas ativos na área.

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