Uma terceira pessoa foi presa por suspeitas de envolvimento com a tentativa de homicídio contra a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner. A mulher detida mantinha conversas com Brenda Uliarte, namorada acusada de ser cúmplice de Fernando Sabag Montiel, que disparou tiros à queima-roupa contra a vice. A arma, contudo, falhou.
A identidade da mulher ainda é desconhecida, mas foi presa na noite de segunda (12) em uma operação policial no bairro de San Miguel, na capital, o mesmo onde Sabag Montiel vivia. De acordo com o La Nación, a detida não faz parte da “gangue do algodão doce”, grupo de amigos do casal cujas atividades estariam na mira dos investigadores.
O pedido de prisão emitido pela juíza responsável pelas investigações, María Eugenia Capuchetti, e pelo promotor Carlos Rívolo foi baseado na reconstrução dos dias prévios ao atentado. A nova suspeita será interrogada nas próximas horas.
Houve ao menos três operações na noite de segunda na região, uma na cidade e duas na província de Buenos Aires, para confiscar dispositivos eletrônicos e telefones celulares, segundo fontes da investigação disseram ao La Nación. As batidas ocorreram no mesmo dia em que o presidente Alberto Fernández disse que mensagens trocadas entre os acusados apontavam-no como a próxima vítima.
A mulher detida nesta terça levantou suspeitas a partir de mensagens no celular de Uliarte, onde, segundo fontes com acesso à investigação disseram na segunda, “estava todo o plano para atacar Kirchner “. Nas últimas 24 horas, veio à tona também que o grupo pretendia fazer uma tentativa de magnicídio no dia 27 de agosto, abortada de última hora.
Foi outra informação desvendada a partir do aparelho de Uliarte, em troca de mensagens com Sabag Montiel. Segundo fontes oficiais, uma das mensagens do dia falava como o timing para o crime havia passado:
“Não, [ela] já entrou e o palco foi retirado. Toquei nas costas do Axel Kicillof [governador da província de Buenos Aires e discípulo de Cristina Kirchner], mas ele entrou em um Toyota Etios e foi embora. Uma bagunça. Ela está lá em cima, mas não acho que vai sair”, escreveu Sabag Montiel para a namorada. “Fica aí, não traga nada”, completou.
No mesmo dia, câmeras de segurança mostram o brasileiro nos arredores do prédio de Cristina, ponto de encontro para os kirchneristas. A câmera do celular de um dos apoiadores o gravou a cerca de 3 metros de Kicillof.
A relevância das provas no telefone, um Xaomi Note 9, seria tanta que teriam levado Capuchetti, a ordenar o sigilo da súmula. A última vez que havia feito isso foi quando pediu a prisão de Uliarte.