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Pesquisadores descobrem novas espécies de dinossauros

Uma parceria entre pesquisadores chineses e pesquisadores brasileiros do Museu Nacional/UFRJ descobriu duas novas espécies de dinossauros no Noroeste da China. Os detalhes do estudo foram publicados na última quinta-feira (13) em artigo na revista Scientific Reports.

As espécies pertencem ao grupo dos saurópodes, gigantes herbívoros caracterizados por terem caudas e pescoços longos, cabeça pequena e corpo muito grande, e nunca tinham sido descritas. Os fósseis foram encontrados na província autônoma de Xinjiang, que abriga rochas de aproximadamente 120 milhões de anos.

“Além da descoberta das novas espécies, trata-se de uma área onde ainda não havia registros de dinossauros. Isso mostra ainda o potencial local para outros achados importantes”, explica o paleontólogo e diretor do Museu Nacional Alexander Kellner, que esteve em Xinjiang antes da coleta do material.

Os paleontólogos encontraram parte do pescoço de uma espécie que ganhou o nome de Silutitan. Estima-se que essa espécie tenha chegado a medir 17 metros da ponta do focinho à cauda, o equivalente a quase um prédio de seis andares deitado.

A alguns quilômetros de distância, foi encontrada parte da cauda de uma segunda espécie, chamada Hamititan xinjiangensis, e que teria 15 metros de comprimento.

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Ao separar os fósseis encontrados, e realizar análises para entender a “árvore genealógica” evolutiva do material, os pesquisadores chegaram à conclusão de que se tratavam de duas espécies diferentes.

A primeira espécie, Silutitan sinensis, pertence a um grupo de saurópodes encontrado exclusivamente na Ásia. É uma espécie também ligada a outra espécie chinesa chamada Euhelopus, mas ainda mais antiga. O mais intrigante, porém, diz respeito à segunda espécie, Hamititan xinjiangensis, identificada como um titanossauro:

“Embora ela tenha ligação com um grupo encontrado em várias partes do mundo, sua origem é particularmente vinculada à América do Sul. Isso mostra que esse grupo se diversificou muito antes do que se pensava, e expõe seu grau de dispersão. É uma evidência de quão bem-sucedido foi esse grupo durante o Período Cretáceo (entre 145 milhões de anos e 65 milhões de anos atrás), por estar em diferentes lugares”, afirma a paleontóloga Kamila Bandeira, do Museu Nacional/UFRJ, que participou da identificação do achado, abrigado no Instituto de Paleontologia de Vertebrados e Paleantropologia (IVPP), em Pequim.

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