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Pastor pediu 1kg de ouro para liberar recurso do MEC

Os pastores evangélicos Arilton Moura e Gilmar Santos visitaram o Ministério da Educação (MEC) e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) 127 vezes durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). As informações são da Folha de São Paulo, por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).

Pastor ligado ao gabinete paralelo do Ministério da Educação pediu pagamentos em dinheiro e até 1kg de ouro para negociar liberação de verbas para construir creches e escolas. A informação foi dada pelo prefeito do município de Luis Domingues (MA), Gilberto Braga (PSDB), ao Jornal O Estadão.

Segundo Braga, o pastor Arilton Moura solicitou R$ 15 mil antecipados para protocolar as demandas da cidade junto à pasta. Além disso, pediu o pagamento em um quilo de ouro após a liberação dos recursos.

“Ele [Arilton Moura] disse: ‘Traz um quilo de ouro para mim’. Eu fiquei calado. Não disse nem que sim nem que não”, contou o prefeito, que diz não ter aceitado a proposta.

Ainda segundo Braga, a conversa aconteceu em abril de 2021, quando eles almoçavam no restaurante Tia Zélia, em Brasília. O almoço foi logo após uma reunião com o ministro da Educação, Milton Ribeiro, na sede do MEC.

“Ele disse que tinha que ver a nossa demanda. De R$ 10 milhões ou mais, tinha que dar R$ 15 mil para ele só protocolar [no MEC]. E na hora que o dinheiro já estivesse empenhado, era para dar um tanto X. Para mim, como a minha região era área de mineração, ele pediu um quilo de ouro”, afirmou o prefeito à reportagem.

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Ainda segundo Braga, em nenhum momento Arilton pediu segredo, e fez a proposta na presença de todos no local. O encontro tinha, conforme ele, a presença de outros prefeitos do Pará, e o pastor teria dado exemplos de quantos milhões ele teria conseguido liberar em verbas do MEC para eles. Além disso, o pastor teria passado os dados da sua conta corrente para que os prefeitos pudessem fazer os repasses de R$ 15 mil.

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