A Organização Mundial de Saúde (OMS) vai convocar uma reunião de emergência, para esta sexta-feira (20), sobre o surto de casos da varíola dos macacos, identificados em ao menos nove países.
Apenas em nações da Europa, já foram detectados mais de 100 casos, o maior número já registrado na região. A maioria não tem ligações com viagens a países onde o vírus é endêmico, o que intriga especialistas. Países fora do continente também começaram a relatar diagnósticos.
O comitê que será reunido é o Grupo Consultivo Estratégico e Técnico sobre Riscos Infecciosos com Potencial de Pandemia e Epidemia (STAG-IH), que aconselha a OMS sobre riscos de infecção que podem representar uma ameaça à saúde global.
Alemanha, Austrália, Bélgica, Canadá e França confirmaram os primeiros casos da doença hoje. Durante a semana, Portugal, Espanha, Estados Unidos e Itália também anunciaram que detectaram pessoas infectadas com o vírus. Os números de contaminados no Reino Unido, primeiro lugar a identificar casos desse novo surto, em Portugal e na Espanha já ultrapassam 20 em cada país. Autoridades de saúde holandesas também afirmaram monitorar uma série de casos suspeitos.
“Com vários casos confirmados no Reino Unido, Espanha e Portugal, este é o maior e mais disseminado surto de varíola dos macacos já visto na Europa”, disse, em comunicado, o serviço médico das Forças Armadas da Alemanha.
Não existe uma vacina específica para a varíola dos macacos, mas os dados mostram que os imunizantes utilizados para erradicar a varíola tradicional, em 1980, são até 85% eficazes contra essa versão, de acordo com a OMS. As autoridades de saúde britânicas disseram na quinta (19) que começaram a oferecer a vacina a alguns profissionais de saúde e outras pessoas que podem ter sido expostas ao vírus.
Segundo o jornal DailyMail, os participantes da reunião da OMS, que incluem um dos conselheiros sênior de Covid-19 da organização, vão deliberar também sobre como as vacinas devem ser distribuídas para controlar os casos que estão se espalhando pelo mundo.
A varíola dos macacos é rara fora de partes da África onde o vírus é endêmico. Os primeiros casos dessa leva começaram a ser detectados no dia 7 de maio, no Reino Unido, em um paciente que havia retornado da Nigéria. No entanto, os demais diagnósticos na região não têm histórico de viagem a países onde o vírus circula.