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O preço da produtividade

Por: Iza França @sou_izafranca

Vivemos em uma época em que o desempenho virou identidade. Já não dizemos “estou bem”, dizemos “estou produtiva”. O verbo produzir substituiu o verbo existir, e o tempo livre se tornou sinônimo de culpa.

A pressa virou virtude. O descanso, desconfiança. A pausa, preguiça. Entre entregas e metas, a sociedade aprendeu a medir valor pelo volume de tarefas, e não pela qualidade de presença.

O curioso é que, quanto mais produzimos, menos nos sentimos realizados. Trabalhamos sem parar, mas a sensação é de escassez constante. Corremos o tempo todo, mas não sabemos exatamente para onde. O excesso de produtividade nos tornou exaustos, não eficientes.

A produtividade que valia como propósito se transformou em anestesia. Um jeito de não encarar o vazio que sobra quando o fazer não preenche mais o ser.

Talvez o verdadeiro sucesso esteja em reaprender a parar. Em desacelerar sem culpa. Em entender que uma mente sobrecarregada não cria, apenas repete.

Produtividade é importante. Mas humanidade é essencial.

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Iza França é jornalista, relações públicas e gestora de comunicação com mais de 20 anos de experiência em comunicação corporativa. Atuou em grandes empresas e liderou agências que atendem marcas de diferentes setores. Hoje, compartilha reflexões sobre reputação, liderança feminina, carreira e gestão, além do propósito e do papel humano da comunicação no mundo digital. @sou_izafranca
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