A primeira-ministra britânica, Liz Truss, renunciou nesta quinta-feira (20) após 45 dias a frente do cargo. Ela é a terceira líder do Reino Unido consecutiva a renunciar antes da hora, e a que menos tempo ficou no cargo na história do país.
Truss, que substituiu o Boris Johnson no comando do país, já vinha sofrendo uma forte pressão para renunciar por conta de um polêmico plano econômico que gerou revolta no mercado e dentro de seu próprio partido.
O plano previa um corte amplo e severo de impostos e, em paralelo, um empréstimo bilionário para cobrir o rombo nas contas públicas. A proposta foi muito mal recebida no país, em um momento no qual a inflação do Reino Unido ultrapassou os 10% – a maior taxa nos últimos 40 anos.
Em pronunciamento na porta de Downing Street, a sede do governo do Reino Unido, em Londres, Liz Truss, acompanhada de seu marido, disse que já informou sua renúncia ao rei Charles III. E que permanecerá no cargo até que o Partido Conservador escolha outro líder.
Mais cedo, o governo do Reino Unido havia negado que Truss deixaria o governo antes da data de implementação do plano, 31 de outubro, e o porta-voz da premiê reafirmou que ela cumpriria seu mandato.
Ao longo da semana, no entanto, a fila de parlamentares e membros do próprio partido de Truss que pedem a saída da atual líder, aumentou. Segundo a imprensa britânica, metade dos membros do Partido Conservador, a sigla que a premiê lidar, apoiam a renúncia.
Também na última semana, a nova líder perdeu dois ministros: o de Finanças, responsável pelo polêmico plano, e a do Interior, Suella Braverman, que renunciou na quarta-feira (19). A saída de Braverman, considerada a mais linha dura do governo de Truss, acelerou e aprofundou a crise.