A agência de segurança doméstica da Noruega prendeu um homem que alega ser um acadêmico brasileiro que suspeita ser um espião russo.
“Solicitamos que um pesquisador brasileiro da Universidade de Tromsø seja expulso da Noruega porque acreditamos que ele representa uma ameaça aos interesses nacionais fundamentais”, disse o vice-chefe do serviço de segurança da polícia (PST), Hedvig Moe, à emissora pública NRK.
A agência de segurança estava preocupada que ele “possa ter adquirido uma rede de informações sobre a política da Noruega no Norte”, disse Moe. “Mesmo que isso não seja uma ameaça à segurança do reino, estamos preocupados que possa ser mal utilizado pela Rússia.”
A Noruega disse na semana passada que prendeu um sétimo cidadão russo suspeito de voar ilegalmente com drones ou tirar fotos em áreas restritas, principalmente no extremo norte estrategicamente sensível da Noruega.
Os investigadores acreditam que o suposto pesquisador, que foi detido na segunda-feira na cidade do Ártico, estava na Noruega sob um nome e identidade falsos, trabalhando para um dos serviços de inteligência da Rússia, disse a NRK. Um tribunal local ordenou que ele fosse detido por quatro semanas.
Dois funcionários da Universidade de Tromsø que trabalharam de perto com o suspeito disseram que a polícia identificou o homem em questão como José Assis Giammaria.
“Recebi uma mensagem ontem à noite que a polícia havia detido Giammaria e revistado seu escritório”, disse Gunhild Hoogensen Gjørv, professor de estudos de segurança da universidade.
Gjørv disse que Giammaria chegou à universidade em dezembro de 2021 depois de contatá-la com o pedido de realizar pesquisas em seu departamento, que se concentra na segurança do Ártico.
De acordo com Gjørv, além de informações publicamente disponíveis, Giammaria se formou no Centro de Estudos Militares, de Segurança e Estratégicos da Universidade de Calgary em 2018.
Gjørv disse que Giammaria não estava oficialmente empregado na Universidade de Tromsø, mas ajudou a organizar palestras e seminários enquanto trabalhava em sua pesquisa “autofinanciada”.
A agência de segurança da Noruega disse estar preocupada que ele “possa ter adquirido uma rede e informações sobre a política da Noruega no norte”, disse Moe. “Mesmo que isso não seja uma ameaça à segurança do reino, estamos preocupados que possa ser mal utilizado pela Rússia.”