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Museu do Recôncavo é reinaugurado com acervo restaurado e tecnologia para valorizar memórias históricas

Bahia ganha um novo espaço de encontro com o passado. O Museu do Recôncavo Wanderley Pinho, instalado no antigo

No coração do Recôncavo Baiano, às margens da Baía de Todos-os-Santos, a memória histórica da Bahia ganha um novo espaço de encontro com o passado. O Museu do Recôncavo Wanderley Pinho, instalado no antigo Engenho Freguesia, do século XVI, foi completamente restaurado e reinaugurado com novas exposições multimídia, iluminação cênica e áreas renovadas que ajudam a contar sua história de forma mais acessível e sensível ao olhar do presente. A entrega foi realizada nesta segunda-feira (8) pelo governador Jerônimo Rodrigues.

A cerimônia reuniu moradores de Candeias, gestores estaduais e especialistas em patrimônio, em um momento que celebrou a preservação e a ressignificação da memória. Entre casarões, ruínas, obras de arte e registros da escravidão que marcaram o ciclo do açúcar no Brasil, o museu inicia uma nova fase, mais educativa e tecnológica, com foco na valorização das identidades que formaram o Recôncavo. A proposta das novas exposições é apresentar o passado de forma acessível e sensível, reforçando a importância de reconhecer e preservar histórias muitas vezes silenciadas.

“Este museu não é apenas um prédio restaurado. Ele representa nossa luta por reconhecer as histórias que sempre estiveram aqui, mas não eram contadas. Queremos que os estudantes venham, conheçam, debatam e façam sua própria leitura desse passado”, afirmou o governador Jerônimo Rodrigues.

Turismo cultural e impacto econômico

Com investimento de aproximadamente R$ 42 milhões, por meio do Prodetur Nacional Bahia, a requalificação incluiu restauro das edificações, urbanização do entorno, implantação de um moderno sistema de segurança com 136 câmeras e construção de um novo atracadouro, permitindo acesso também pelo mar. Para o turismo, o Museu do Recôncavo se consolida como novo cartão-postal do estado.

“Esta requalificação coloca o Recôncavo no mapa do turismo cultural do Brasil e do mundo. Nossa missão agora é inserir o museu em roteiros turísticos nacionais e internacionais”, destacou Giulliana Brito, chefe de gabinete da Setur-BA.

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Além disso, a Seinfra investiu R$ 4,5 milhões na pavimentação de 2,18 km de vias, garantindo melhor acesso ao equipamento cultural e ao distrito de Caboto.

Representatividade e educação

O reposicionamento conceitual do museu prioriza narrativas negras e indígenas, destacando memórias antes silenciadas pela história oficial. A exposição temporária “Encruzilhadas” reúne 40 artistas brasileiros e africanos, entre eles Mestre Didi, Pierre Verger, Rubem Valentim e Alberto Pitta. O acervo permanente, com 260 peças históricas, teve 141 itens restaurados, incluindo imagens sacras dos séculos XVII a XIX.

“O que estamos entregando aqui é um espaço vivo, de reflexão, de crítica e de diálogo com as comunidades do entorno. Este museu agora fala a partir do Recôncavo, dos povos da terra, dos povos negros e da força que construiu este país”, afirmou o secretário de Cultura, Bruno Monteiro.

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