Bahia Pra Você

Mulheres que não cabem mais no molde 

Por: Iza França @sou_izafranca

Durante muito tempo, ensinaram às mulheres a se encaixar. No tom de voz, na roupa adequada, no sorriso contido, na cadeira que lhes era permitida ocupar. Crescemos acreditando que precisávamos ser leves, agradáveis, equilibradas e, de preferência, discretas. O mundo corporativo aplaudia quem soubesse “se colocar”. As relações valorizavam quem “não complicasse”. Mas o preço da adequação foi alto: muitas deixaram de ser inteiras para caber no que esperavam delas. 

Hoje, há um novo tipo de mulher surgindo e ela não pede mais desculpas por existir. Não é sobre ser rebelde, é sobre ser inteira. Essa mulher fala quando precisa, recua quando quer, não quando mandam. Ela aprendeu que vulnerabilidade não é fraqueza, que ambição não é pecado e que o silêncio, quando bem usado, é poder. 

No trabalho, lidera sem precisar endurecer. Em casa, ama sem se anular. Nas escolhas, ousa priorizar o que antes seria impensável: ela mesma. 

É uma mulher que entendeu que gentileza não é submissão, e que firmeza não precisa vir embalada em culpa. 

Há quem ainda a chame de difícil, intensa ou insuportável — e tudo bem. Porque talvez o incômodo seja o som de velhos padrões ruindo. A mulher que não cabe mais no molde está abrindo espaço para uma nova forma de ser e estar no mundo: autêntica, complexa e inteira. 

Ela não quer ser admirada pela resiliência com que suportou, mas pela coragem com que escolheu não suportar mais. 

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Iza França é jornalista, relações públicas e gestora de comunicação com mais de 20 anos de experiência em comunicação corporativa, atuou em grandes empresas e liderou agências que atendem marcas de diferentes setores. Hoje, compartilha reflexões sobre reputação, liderança feminina, carreira e gestão e o propósito e o papel humano da comunicação no mundo digital. @sou_izafranca
 
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