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Mulher viveu 38 anos em condições análogas à escravidão

Após ser mantida por 38 anos em condições análogas à escravidão por uma família em Patos de Minas, região do Alto Paranaíba, a doméstica Madalena Gordiano recebeu, após fechar um acordo há três dias, um apartamento avaliado entre R$ 400 e R$ 600 mil, e um carro, no valor de R$ 70 mil, que pertenciam à família, ré em um processo aberto pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) no ano passado.

Madalena diz que nunca esteve tão feliz. O acordo prevê mais R$ 20 mil para pagamento de impostos dos bens em questão.

Assim como Madalena, seus advogados, voluntários da Clínica de Enfrentamento ao Trabalho Escravo da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), consideraram o acordo satisfatório, apesar de terem reivindicado R$ 2,2 milhões.

Madalena, no entanto, disse que pretende vender os bens para construir ou comprar uma casa, ainda não sabe bem.  A vítima pretende seguir morando em Uberaba, onde atualmente mora com uma assistente social. “Vou vender o apartamento. Não vou morar lá não, porque tenho muita recordação ruim. Mas vou ter de entrar, olhar. Agora é meu, né?

Madalena Gordiano vivia em condições análogas à escravidão e foi resgatada pelo MPT e Polícia Federal em Patos de Minas em 27 de novembro de 2020. A doméstica morava na casa dos patrões, não tinha registro em carteira, nem salário-mínimo garantido ou descanso semanal remunerado.

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