Desde o início da pandemia no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro vem sendo questionado por especialistas, pela imprensa e pela oposição, por conta de suas atitudes e ações tomadas para combater a Covid-19. Nas últimas semanas, o aumento no número de casos e de mortes por conravírus e o colapso no sistema de saúde em Manaus, com pacientes morrendo por falta de oxigênio, fizeram a pressão aumentar e vários movimentos se organizam para que Bolsonaro responda pelo crime de responsabilidade.
E o que pensa a bancada baiana na Câmara Federal? Os representantes do estado no Congresso Nacional são favoráveis à abertura de um processo de impeachment contra o presidente? Já existe um placar do impeachment criado, nele consta que entre a bancada baiana 13 deputados são favoráveis, 1 contra e 25 não se pronunciaram.
Um ato pró-impeachment do presidente e em defesa da vacina contra Covid-19, foi realizado na tarde deste domingo (17), na Praça dos Três Poderes, em Brasília, em frente ao Palácio do Planalto. Um movimento suprapartidário organizou o “Impeachment na Rua”, uma performance artística em que uma pessoa fantasiada de “morte” com uma foice nas mãos “matava” os participantes do protesto.
Na última sexta-feira (15), partidos de oposição ao governo federal anunciaram que vão protocolar, na Câmara Federal, mais um pedido de impeachment contra o presidente Bolsonaro, assinado por Rede, PSB, PT, PCdoB e PDT. Juntos eles reúnem 119 deputados. A pressão nas redes sociais para que autoridades tomem providências contra o presidente também cresceu nos últimos dias. Ainda na noite de sexta, foi realizado em vários pontos do país um panelaço contra o presidente.
O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto, de 78 anos, concedeu entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, onde afirma que, do ponto de vista jurídico, o presidente Jair Bolsonaro cometeu crimes de responsabilidade que justificariam um processo de impeachment contra ele.
Além de criticar a conduta de Bolsonaro frente a pandemia, Britto destaca que as atitudes do presidente diante da crise sanitária que o mundo enfrenta, “respostas [para a crise sanitária] como ‘e daí?’ ou ‘não sou coveiro’ não sinalizam um caminhar na contramão da Constituição?”
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), apesar de ter engavetado dezenas de pedidos, disse que será inevitável discutir um pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) “no futuro”. A declaração foi dada na última sexta-feira (15) em coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, ao lado do governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
“Eu acho que esse tema de forma inevitável será discutido pela casa no futuro. Temos de focar no principal, que agora é salvar o maior número de vidas, mesmo sabendo que há uma desorganização e uma falta de comando por parte do ministério da Saúde”, disse Maia.