Morreu na madrugada desta sexta-feira (14) o jornalista e poeta amazonense Thiago de Mello aos 95 anos. Segundo seus familiares, ele morreu durante o sono. Thiago ficou reconhecido com um dos grandes autores da literatura regional e pela sua luta à preservação da Amazônia.
Ele alcançou fama internacional graças a poemas como o clássico Os Estatutos do Homem, escrito em abril de 1964, quando Thiago de Mello era adido cultural da embaixada do Brasil no Chile e amigo de Pablo Neruda. Nessa época de repressão militar, tornou-se famoso um verso seu, que dizia: “Faz escuro mas eu canto”. Retornou ao Brasil em 1978, quando seu nome já era conhecido internacionalmente por lutar pelos direitos humanos, ecologia e paz mundial.
Nascido em 1926 em Barreirinha, no Amazonas, ele sempre foi um defensor da natureza. Em 1981, Thiago de Mello publicou Mormaço na Floresta, no qual denunciava a destruição da mata da seguinte forma: “Enfim te descobrimos / Foi preciso que as águas mais azuis apodrecessem / que os pássaros parassem de cantar / que peixes fabulários se extinguissem / tua pele verde fosse aberta/ pelas garras de todas as ganâncias”.
O governador Wilson Lima e o prefeito de Manaus David Almeida, decretaram luto oficial de três dias pelo falecimento do poeta.