Morreu nesta sexta-feira (8), o ex-presidente da Angola José Eduardo dos Santos, aos 79 anos, em uma clínica em Barcelona onde estava internado desde o dia 23 de junho, depois de sofrer um acidente vascular cerebral. Há anos, recebia tratamento para um câncer na cidade espanhola.
Em um comunicado à nação postado nas redes sociais, Luanda informou, “com um sentimento de grande dor e consternação”, a morte do ex-mandatário às 11h10 (6h10, hora do Brasil), após “prolongada doença”. O país decretou cinco dias de luto oficial a partir de sábado.
“O Executivo da República da Angola inclina-se, com o maior respeito e consideração perante um estadista de grande dimensão histórica, que guiou durante muitos anos, com clareza e humanidade, os rumos da nação angolana durante momentos muito difíceis”, diz a nota.
Nas últimas semanas, a família de Dos Santos informou à imprensa portuguesa que o estado de saúde do revolucionário que virou ditador e angariou uma das maiores fortunas da África, mas que era visto pela população como alguém de perfil conciliador, era “muito grave”.
José Eduardo dos Santos foi presidente de Angola durante 38 anos, entre 1979 e 2017, cumprindo uma das mais longas Presidências do mundo, até ser sucedido por João Lourenço.
Segundo o próprio partido, Eduardo dos Santos se juntou ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) quando este foi fundado, em 1958. Em novembro de 1961, nove meses após o MPLA começar a enfrentar o poder colonial português em fevereiro, Zé Du, como era conhecido, deixou o país e partiu para o exílio, de onde coordenava as ações da Juventude do MPLA.
Após uma passagem pelo Exército Popular de Libertação de Angola (EPLA), braço armado do movimento, e pelo Congo, Eduardo dos Santos logo trocou as armas pelos livros, e aproveitando-se das alianças da Guerra Fria, foi para a União Soviética em 1973, onde tornou-se engenheiro petroquímico e se formou em Tecnologia e Telecomunicações.