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Morre cineasta baiano Geraldo Sarno aos 83 anos

Morreu na terça-feira (22), o diretor e roteirista baiano Geraldo Sarno, aos 83 anos. Ele estava internado no Hospital Copa D'Or, em Copacabana, na zona sul do Rio. Filho de comerciantes italianos, Sarno nasceu em Poções, na Bahia, em 6 de março de 1938 e, no meio do sertão, convivia com uma comunidade de imigrantes.

Morreu na terça-feira (22), o diretor e roteirista baiano Geraldo Sarno, aos 83 anos. Ele estava internado no Hospital Copa D’Or, em Copacabana, na zona sul do Rio. Filho de comerciantes italianos, Sarno nasceu em Poções, na Bahia, em 6 de março de 1938 e, no meio do sertão, convivia com uma comunidade de imigrantes.

“Então, meu hábito de a minha infância foi falar italiano, em casa, dialeto calabrês e trequinês, Trecchina era a cidade da minha mãe, e da porta para fora, o sertão, da porta para fora, o sertão com a garotada e tal”, disse na entrevista ao projeto do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC), da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Os seus primeiros filmes, Viramundo (1965) e Auto da Vitória (1966) serviram de inspiração para trabalhar temas da cultura popular do sertão nordestino, trazendo uma nova imagem da classe operária brasileira, do camponês nordestino corrido da seca e da fome, e do surgimento de um sistema religioso neopentecostal.

O filme, filmado em São Paulo e lançado semanas antes do Golpe Militar, faz parte da história do cinema brasileiro e tem imagens preciosas da cidade em 1964.

Sarno atuou ainda, de acordo com o CPDOC, no mercado editorial, publicando Glauber Rocha e o Cinema Latino-americano (1994) e Cadernos do Sertão (2006). “É reconhecido como um diretor que aborda a cultura popular, a história nacional e suas problemáticas de uma maneira reflexiva e emblemática”, informou o projeto da FGV.

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O cineasta recebeu em 2008 o prêmio de melhor direção no Festival de Brasília, com o filme Tudo Isto me Parece um Sonho, que conta a história do general pernambucano Ignácio Abreu e Lima. Ao lado de Simon Bolívar, o general participou de batalhas a favor da libertação da Colômbia, Venezuela e Peru da Coroa Espanhola no século 19.

Confira algumas de suas obras como roteirista e diretor:

Sertânia (2020); Último Romance de Balzac (2010); Tudo Isto Me Parece Um Sonho (2008); Deus é um Fogo (1985); A Terra Queima (1984); Casa-Grande e Senzala (1978); Coronel Delmiro Gouveia[2] (1977); Espaço Sagrado (1976); Iaô (1976); Segunda-Feira (1974); Semana de Arte Moderna (1974); O Pica-pau Amarelo (1973); Herança do Nordeste (episódio Casa de Farinha and Padre Cícero) (1972); Viva Cariri (1969); Brasil Verdade (episódio Viramundo) (1968); Viramundo (1964); Mutirão em novo sol (1963); Coronel Delmiro Gouveia (1978); Iaô (1976); O Pica-pau Amarelo (1973); Brasil Verdade (episódio Viramundo) (1968) e Roda e Outras Histórias (1965)

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