Nomeado para assumir a coordenação do Programa Nacional de Imunização (PNI), o médico Ricardo Queiroz Gurgel não irá tomar posse no cargo. Segundo o pediatra, ele se dirigiu a Brasília nesta quinta-feira (28) para entender por que ainda não havia sido chamado para assumir. Ao chegar ao Ministério da Saúde, soube que fazia parte dos planos do governo.
“Eu queria uma definição se eu iria assumir ou não porque tenho vida para assumir, sou pesquisador e professor. Imagino que não foi problema no meu currículo, mas não sei o motivo de não assumir. Isso só o ministro pode dizer”, disse.
Ricardo Gurgel é contrário às bandeiras do presidente Jair Bolsonaro. O médico afirmou, em entrevista ao jornal “Folha de S.Paulo”, ser favorável à vacinação de crianças e adolescentes, criticou a disseminação de notícias falsas sobre a campanha de imunização e disse que está “suficientemente comprovado” que medicamentos do “kit covid” não têm eficácia.
Apoiadores do presidente Bolsonaro moveram campanha nas redes sociais contra a nomeação do médico ao PNI. Argumentaram que ele e sua esposa, que fez publicações críticas ao governo Bolsonaro, não estavam alinhados com o presidente.
As queixas de apoiadores do presidente chegaram ao Planalto. A equipe do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga foi informada que Gurgel foi barrado pela Casa Civil.