Bahia Pra Você

Maviael Melo, Pra Você!

Foto: Reprodução/Instagram

No ‘Gente da Gente’ desta semana, o Bahia Pra Você entrevista o músico, cordelista, poeta, cantador, produtor cultural e o “inventor de palavras e de encontros”, Maviael Melo. Nascido em Pernambuco, o artista ariano vai além dos substantivos e adjetivos que o caracterizam.

“Um brasileiro nordestino que faz da arte sua estrada, faz da poesia seu alimento diário e se percebe parte de um movimento que resiste e, resiliente, luta pra que a cultura popular seja a chave para mudanças e transformação no ser. Um pai, avô, marido, filho e amigo do ambiente que se preocupa com o Brasil, que busca através das manifestações artísticas contribuir com um tempo melhor.”, diz o poeta.

Foto: Reprodução/Instagram

Seu contato com o cordel nordestino surgiu em sua própria terra natal, na região do Pajeú Pernambucano, quando ainda era criança. Teve contato com cantadores de viola e cordelistas, o que influenciou a sua paixão pela literatura nordestina. Hoje, em seus shows, Maviael faz questão de recitar seus trabalhos literários, encantando os olhos curiosos do público.

“A literatura de cordel foi minha ferramenta pedagógica pra aprender a ler. Meu pai nos comprava livretos de cordel e nos presenteava semanalmente com alguns títulos, e nessa leitura a gente foi se encontrando em rimas e métricas. Daí a paixão por essa literatura tão importante pra nossa cultura e nosso povo.”

A história com a música começou há 30 anos, desde quando Maviael tocava em barzinhos. De lá para cá, o músico acumula três discos produzidos, um de cordel e dois de músicas. “Entre Versos”  (2007), “Entre a Ponte dos Sonhos” (2014) e “Áries da Canção” (2017) que é um álbum com CD, DVD, Vinil, Revista e Livro de poesia. Além disso, o artista ainda produziu obras literárias. São 4 livros de poesia e dois romances: “O Espelho dos Girassóis” e “Pirilópolis”.

Foto: Reprodução/Instagram

Além de inspiração, Maviael acredita que a arte deve estar intimamente ligada à política. Sempre com senso crítico, e uma inspiração pautada no cotidiano, “dos diversos olhares que a vida brilha em mim, política, meio ambiente, o ser e seu diário pensamento”, o artista vê uma importância plenipotente do artista quanto à sua manifestação política.

“Não vejo a minha poesia e a minha canção fora disso, minha arte é minha fala de revolução e de luta, meu luto é verbo, principalmente agora, onde a gente vive em um país desgovernado e com uma parte da população ainda alienada, um país onde a grande mídia, não mostra o que de fato é, um tempo de fake e de intolerância. É sim papel do artista provocar e despertar.”

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Foto: Reprodução/Instagram

Entre as lembranças que Maviael tem entre suas andanças pelo Brasil, duas delas tem espaço favorito em sua memória.

“Em cada lugar a gente tem uma memória, uma referência e uma imagem que fica, mas participar do Festival de Música e Ecologia em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, na Ilha Grande e ainda está entre os vencedores, foi um momento que marcou bem, mas a ida para o programa do Rolando Boldrin, foi o divisor de águas no meu trabalho.”

Mas não só isso, entre os trabalhos que o artista produziu, alguns também são consideradas muito importantes para ele. Entre eles está o Encontro de Cantadores, em sua 6ª edição, o Edu Cordel (5 edições), o Cordelizando (3 edições), o Conversaria (2 edições) e o Bule Cultura. Além disso, ele acrescenta as contribuições em eventos literários como a FLIU em Uauá e a FLICAN em Canudos.

E claro, com a chegada da pandemia, o poeta também precisou se isolar. Mas para ele, foi um período “de muito aprendizado”, que aguçou outros sentidos. O isolamento, para Maviael, serviu para aproximar-se ainda mais da família.

“Isolar-se em grupo é um exercício maravilhosamente atencioso com o ser, a pandemia me aproximou ainda mais da família, me mostrou alguns valores que mesmo já vivendo com eles, pude sentir o aflorar de um tempo novo em minha poesia e no meu despertar literário enquanto romancista, foi na pandemia que escrevi meus dois primeiros romances.”

E ele não para. Apesar de muitos trabalhos em sua carreira, outros projetos estão sendo produzidos por Maviael, e outros já estão na mira do artista.

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“Atualmente estamos na curadoria do Espaço Cordel e Repente na 26ª Bienal Internacional do Livro, da Editora IMEPH, produzindo o primeiro festival de Inverno de Jaguarari na Bahia, previsto pra 29, 30 e 31 de julho. Indo fazer show no FIG dia 25 de julho, preparando o VI Encontro de Cantadores que acontecerá de 19 a 20 de agosto no Largo Pedro Arcanjo no Pelourinho e ainda nos preparativos para a terceira edição da FLIU, Festa Literária de Uauá, prevista para 17 a 19 de novembro desse ano. Por enquanto, mas isso pode mudar logo depois da digitação dessa palavra”

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