Alex Curvello – Advogado
Ao longo de nossa história, foi nos demonstrado que uma das maiores forças que imperam na humanidade é o lamentável medo, pelo medo foram impostas as maiores atrocidades que os humanos já vivenciaram.
Muitas vezes, infelizmente, nossos erros não servem para aprendizado ou evolução, para conseguirmos superar as barbaridades já vividas, com isso o que não conseguimos modificar, não podemos lamentar.
Importante destacar que o medo é totalmente distinto do receio, o receio vem de algo que se sabe que pode gerar algum dano, o medo é de algo que não podemos raciocinar, não devemos questionar, é algo impositivo que faz com que a humanidade obedeça por medo do que virá, sem base, sem fundamentação.
Todas as guerras, os maiores ditadores e as leis mais severas, quase que constantemente foram impostas, pelo medo das pessoas não passarem por algo “pior”, ao ponto que justificam ser feito, para “salvar” o mundo de algo pior, quando em verdade a crueldade sempre esteve ali no momento da “salvação”.
Vale lembrar que Hitler, não impôs seus “pensamentos” de maneira rápida, ele até quis, sendo que percebeu que precisava da hipocrisia, da mentira ardilosa para conseguir com que muitos acreditassem, como disse seu mentor da propaganda; “uma mentira dita mil vezes, torna-se verdade” e assim, muitas brutalidades aconteceram, em nome de “uma raça pura”, da “ciência” e de um “mundo melhor”, o que de fato jamais aconteceu.
Após tantas selvajarias, vieram os julgamentos, muitos não passaram impunes, em consequência vieram os ditames para salvaguardar os direitos humanos, Princípios do Código de Nuremberg, Declaração Universal dos Direitos Humanos, Declaração de Genebra, Declaração de Helsinki, Pacto São José da Costa Rica, dentre outros que esclarecem que desde a tenebrosa época que passou, até os dias atuais, sempre deve prevalecer o consentimento voluntário do ser humano, todo ser humano pode invocar os direitos e as liberdades, respeitar a autonomia e a dignidade dos pacientes, que toda pessoa tem o direito que se respeite sua dignidade e que nada deve ser feito por um bem “coletivo”, quando na verdade reina a ferocidade.
Que nunca, jamais, em hipótese nenhuma sejamos compelidos, obrigados a aceitar nada que seja imposto por um estado totalitário, que vai de encontro a todos os ditames expostos acima e que todas as nossas liberdades individuais sempre prevaleçam.
Infelizmente, em nosso mundo, a história nos mostra que muitos “governantes”, governam para si e para suas ideologias malignas, entenderam que para subverter a democracia foi preciso fazer parte dela e assim, ao chegarem no poder com pele de “cordeiro” mostraram as garras de “lobo” impondo um estado arbitrário.
Fato é que existe uma força muito maior do que o medo, mais forte e presente em cada um de nós, que é a esperança, esperança por um mundo melhor, mais justo e igualitário, é aquela chispa de nossos corações que fazem com que consigamos superar os momentos difíceis da vida.
Em tempo de tanta atribulação por conta de uma mazela que assola a humanidade, que com nossa esperança e força de vontade possamos superar e aprender com os erros, para seguir com uma humanidade, humana, no sentido literal, a imagem do Divino.