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John Kerry se compromete a investigar desaparecimento de jornalista

O enviado climático dos Estados Unidos (EUA), John Kerry, comprometeu-se a investigar os fatos por trás do desaparecimento

O enviado climático dos Estados Unidos (EUA), John Kerry, comprometeu-se a investigar os fatos por trás do desaparecimento de um jornalista, antigo colaborador do Guardian e um renomado especialista indígena na Amazônia brasileira.

Dom Phillips e Bruno Araújo Pereira foram vistos pela última vez na manhã de domingo (6) viajando de barco pelo remoto Vale do Javari, região assolada pela violência envolvendo pescadores ilegais, madeireiros ilegais, narcotraficantes e forças de segurança.

John Kerry, ex-secretário de Estado dos EUA, parece chocado com os detalhes do caso relatados pela líder indígena brasileira Sonia Guajajara em um vídeo do WhatsApp do encontro visto pelo Guardian.

“Faremos o acompanhamento com você”, diz ele no vídeo, antes de dizer ao seu assistente para obter mais detalhes.

A troca de informações aconteceu em uma cerimônia na terça-feira em homenagem às 100 pessoas mais influentes da revista Time em 2022, uma das quais foi Guajajara.

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No entanto, em um segundo vídeo do WhatsApp do evento, Guajajara disse: “Infelizmente, não posso nem comemorar estar nesta lista porque tenho que lamentar… o desaparecimento do ativista indígena Bruno e do jornalista Dom Phillips que, simplesmente desapareceram, e ninguém sabe onde eles estão.

“A busca é tão lenta e é lamentável que continuemos a viver em uma situação em que não há segurança”, continuou ela.

“Precisamos que as autoridades se posicionem e comecem a procurá-los ativamente de forma responsável. Eu queria vir aqui para Nova York para denunciar essa situação ao mundo para que a atenção de todos esteja nessa situação e na violência permanente que os povos indígenas e nossos apoiadores enfrentam constantemente. Isso é tudo. Vamos continuar lutando”.

A polícia brasileira abriu na terça-feira (7) uma investigação criminal sobre o desaparecimento dos homens, que teriam sido ameaçados.

A irmã de Phillips, Sian, pediu aos governos do Reino Unido e dos EUA que pressionem o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que deve se encontrar com seu colega americano, Joe Biden, na Cúpula das Américas desta semana em Los Angeles, para fazer mais.

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“Ele não vai fazer nada sem ser pressionado”, disse Sian sobre o líder brasileiro, cuja presidência supervisionou o desmatamento crescente e o desmantelamento de agências e leis de proteção ambiental.

Em seus primeiros comentários oficiais sobre o desaparecimento, Bolsonaro criticou nesta terça-feira o que chamou de “aventura” desaconselhável.

“Sinceramente, duas pessoas em um só barco, nesse tipo de região, absolutamente selvagem, é uma aventura que não é recomendável para ninguém. Qualquer coisa pode acontecer. Pode ter sido um acidente. Eles poderiam ter sido executados”, acrescentou, provocando indignação imediata.

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