A irmã do jornalista britânico desaparecido na Amazônia disse que ainda tem esperança de que ele seja encontrado.
Sian Phillips estava acompanhada por apoiadores em uma vigília para seu irmão Dom Phillips, que trabalhava como correspondente freelance para o jornal britânico The Guardian, e o oficial brasileiro de assuntos indígenas Bruno Araújo Pereira do lado de fora da embaixada brasileira no centro de Londres na quinta-feira (8).
Os dois homens desapareceram de uma área remota da floresta tropical há mais de três dias, tendo sido vistos pela última vez no domingo na comunidade de São Rafael.
Algumas pessoas seguravam rosas vermelhas enquanto outras seguravam pôsteres vermelhos e pretos que diziam “Encontre Dom & Bruno” e exibiam imagens dos rostos dos dois desaparecidos, enquanto eles estavam em silêncio em uma fila do lado de fora da entrada da embaixada a partir das 8h.
Em comunicado à imprensa, Sian Phillips, ao lado do companheiro Paul Sherwood e do irmão gêmeo Gareth Phillips, disse: “Tivemos que vir esta manhã para fazer a pergunta: onde está Dom Phillips? Onde está Bruno Pereira?
“E também estamos aqui pela esposa do meu irmão, Alessandra Sampaio. Estamos aqui com as sobrinhas e cunhadas do meu irmão também.
“Estamos aqui porque Dom está desaparecido, ele está perdido fazendo o importante trabalho do jornalismo investigativo. Estamos aqui para perguntar por que demorou tanto para eles começarem a busca por meu irmão e por Bruno”.
“Queremos que a busca continue.”
Ela falou sobre como seu irmão é um “grande escritor e jornalista, um homem atencioso… e se preocupa com o meio ambiente e ama o Brasil” e que toda a família o ama.
Quando perguntada sobre as chances de seu irmão ser encontrado, ela acrescentou: “Todos nós ainda temos esperança. Temos esperança.”
Louisa Casson, chefe de florestas do Greenpeace UK, explicou o significado das rosas vermelhas. “Queríamos algo que transmitisse o amor e admiração que todos aqui têm por Dom e Bruno e por seu trabalho e amplificando as imagens já nas redes sociais com essa mensagem clara de encontrar Dom e Bruno”, disse ela.
Às 9h30, foi entregue ao embaixador brasileiro uma carta do diretor-executivo do Greenpeace UK, Pat Venditti, e da família de Phillips.
Casson acrescentou que a carta apresentava “um apelo urgente ao governo brasileiro para que dedique todos os recursos locais e federais necessários à missão de busca de Bruno e Dom”.
A vigília ocorreu depois que um suspeito chamado Amarildo da Costa de Oliveira, de 41 anos, também conhecido como Pelado, foi preso por supostamente portar uma arma de fogo sem autorização, prática comum na região.
A polícia não esclareceu por que ele estava sendo tratado como suspeito, mas acredita-se que ele estivesse entre um grupo de homens que ameaçou a dupla perto de um território indígena no sábado.
Um editorial do Guardian pediu às autoridades que aumentem a resposta até agora sem sucesso. “É altamente improvável que o governo mude de rumo sem pressão internacional”, diz. “Isso deve primeiro ser levado em consideração para produzir uma resposta adequada a esse desaparecimento.”