Pessoas infectadas pela variante Delta apresentam uma carga viral 300 vezes maior do que aquelas com a versão original do coronavírus, nos primeiros dias de sintomas da Covid-19. É o que mostrou um estudo da Agência de Prevenção e Controle de Doenças da Coreia (KDCA), nesta terça-feira (24).
Essa diferença da carga viral, porém, diminui gradualmente ao longo do tempo (para 30 vezes em quatro dias e pouco mais de 10 vezes em nove dias) e se iguala aos níveis observados em outras variantes após 10 dias de infecção.
A carga viral maior significa que o vírus se espalha mais facilmente de pessoa a pessoa, aumentando o número de infecções e hospitalizações, disse o ministro da Saúde Lee Sang-won em uma entrevista à imprensa.
“Mas isso não significa que a Delta seja 300 vezes mais infecciosa. Estimamos que sua taxa de transmissão corresponda a 1,6 vez a taxa da variante Alfa, e a cerca de duas vezes a versão original do vírus”, disse Lee.
O estudo comparou a carga viral de 1.848 pacientes infectados com a Delta a 22.106 pessoas que tinham outras variantes do vírus. A variante Delta do coronavírus foi identificada inicialmente na Índia, e a variante Alfa, no Reino Unido.
Para conter o avanço da variante Delta, agora já dominante no mundo, o KDCA fez um apelo à população para que façam o teste imediatamente aos primeiros sintomas da Covid-19 e para evitar contato pessoal.
A rápida transmissão da variante Delta às baixas taxas de vacinação pegaram grande parte da Ásia desprevenida, sobretudo as economias emergentes, e até mesmo impactaram a reabertura da Europa e da América do Norte.
A Coreia do Sul registrou 1.509 novos casos do coronavírus na segunda-feira, aumentando o total para 239.287 infecções, com 2.228 mortes. O país já vacinou 51,2% de seus 52 milhões de habitantes com ao menos uma dose da vacina, enquanto que 23,9% estão completamente imunizados.