A Itália colocou seus torcedores para ficar com os nervos a flor da pele durante vários jogos da Eurocopa, mas nenhuma partida foi mais emocionante do que a final contra a Inglaterra em Wembley.
A ansiedade aumentou depois que a Inglaterra pegou a Itália desprevenida com um belo gol logo após o chute inicial. Mas então o medo se transformou em comemorações por todo o país depois que a Itália garantiu a vitória nos pênaltis, levantando o troféu da Eurocopa pela primeira vez desde 1968.
As manchetes na imprensa italiana na segunda-feira variaram de “Conquistamos Wembley” a “Itália, você é a Rainha”.
La Gazzetta dello Sport disse: “Foi uma noite inesquecível em Londres. Depois de dois minutos, estávamos atrás. Aí [Leonardo] Bonucci empatou… a equipe soube recuperar uma partida que parecia perdida, como só as grandes equipes sabem”.
Enrico Currò, jornalista do La Repubblica escreveu: “Na casa da Inglaterra, que está em jejum perpétuo desde a Copa do Mundo de 1966, e no teatro ensurdecedor, superado pelos limites impostos pela Covid, os Azzuri conquistaram seu segundo torneio europeu título.”
A imprensa italiana sentiu tanta alegria em vencer a Inglaterra em casa quanto em provocar os fãs ingleses sobre seu cântico “It’s Coming Home”.
Bonucci disse na noite de domingo que o canto galvanizou a equipe. “Ouvíamos todos os dias, desde a noite de quarta-feira, desde o jogo com a Dinamarca, que a taça voltaria para Londres. Desculpe por eles, mas na verdade a taça vai fazer um bom voo para Roma”.
De fato, o troféu já estava na capital italiana às 7h CET. “É nossa, a taça voltou para casa”, disse o Corriere della Sport.
A alegria na Itália está muito longe do desespero que envolveu o país quando a seleção nacional não conseguiu se classificar para a Copa do Mundo de 2018, a primeira falha desse tipo desde 1958. O técnico, Roberto Mancini, foi amplamente creditado por ter revertido a seleção nacional a conquistas. A Tuttosport o declarou um “magnífico visionário”.
“Ele é o reconstrutor de uma seleção nacional que se dissolveu na maldita noite de 13 de novembro de 2017 e a reconstruiu em três anos”, disse o jornal. “Mancini mudou a mentalidade, o jogo, a perspectiva de uma Itália que é loucamente bela e, portanto, única”.
Além disso, Mancini criou um lado que “acreditou em si mesmo e nunca teve medo de ir cada vez mais longe”.
A equipe agora está descansando antes de levar o troféu ao presidente, Sergio Mattarella, que estava entre os espectadores em Wembley, na noite desta segunda-feira. Os jogadores serão acompanhados por Matteo Berrettini, o primeiro tenista italiano a chegar a uma final de simples em Wimbledon. Berrettini também estava lá para torcer pela Itália em Wembley.
A equipa vai ainda encontrar-se com o primeiro-ministro, Mario Draghi, que afirmou que a equipa, comandada por Mancini, “mostrou um espírito extraordinário”.