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Ibama na Bahia cancela multa de R$ 7,5 milhões de resort

O superintendente na Bahia do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Santos Alves, cancelou atos de sua própria equipe técnica no estado para liberar obras de um resort de luxo, erguidas sobre a areia da Praia do Forte

BA 12/07/2020 METROPOLE / MURO / HOTEL - O Hotel Tivoli EcoResort em Praia do Forte est· fazendo uma mureta de pedra em frente ao mar, na praia do Porto de Baixo, com o objetivo de conter o avanÁo das ·guas. Moradores e veranistas do local est„o reclamando da obra, que mobilizou m·quinas pesadas e est· reduzindo a faixa de praia em benefÌcio do hotel. Moradores informam que obra n„o teria autorizaÁ„o dos Ûrg„os ambientais e est· sendo feita em uma ·rea onde acontece onde as tartarugas costumam desovar. REPRODUCAO

O superintendente na Bahia do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Santos Alves, cancelou atos de sua própria equipe técnica no estado para liberar obras de um resort de luxo, erguidas sobre a areia da Praia do Forte, numa região conhecida pela procriação de tartarugas marinhas. Segundo reportagem do Estadão, Alves não só retirou uma multa de R$ 7,5 milhões que havia sido aplicada pelos técnicos contra o hotel como anulou a decisão que paralisava a obra.

Além do cargo de superintendente do Ibama na Bahia, assumido em junho do ano passado por escolha do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, Rodrigo Santos Alves é sócio de uma empresa imobiliária, que atua na oferta de imóveis de luxo no litoral.

O Tivoli Ecoresort, onde as diárias vão de R$ 1,5 mil a R$ 7 mil, iniciou a construção de um muro na areia da praia para conter o processo de erosão em frente ao hotel. A situação é causada pela deterioração das restingas, vegetação que cobre a areia. O muro de gabião, montado com pedras acumuladas em armações de aço, começou a ser instalado em uma faixa da areia, diretamente na praia, diante das instalações do hotel.

A crítica dos especialistas ambientais é de que esse tipo de estrutura, que fica submersa, enterrada na areia, compromete a procriação das tartarugas, que avançam para a margem para desovar. O resort está localizado na mesma praia do Projeto Tamar, programa do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) de proteção aos animais marinhos.

Em julho deste ano, após vistoria no local, os técnicos do Ibama autuaram a empresa e determinaram o embargo de “todas e quaisquer atividades relacionadas à construção em faixa de areia da praia do empreendimento”. Àquela altura, a Secretaria de Patrimônio da União (SPU), órgão vinculado ao Ministério do Planejamento, também tinha embargado a obra pelo mesmo motivo.

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