Um grupo de hipopótamos do falecido chefão do tráfico colombiano Pablo Escobar está sendo esterilizado pelos serviços de vida selvagem do país, depois de aumentar a preocupação de que o rebanho de 80 membros apresentasse um potencial desastre ambiental como uma espécie invasora.
Os chamados “hipopótamos da cocaína”, cujo número mais que dobrou desde 2012, foram esterilizados depois que as preocupações aumentaram sobre seu impacto ambiental, incluindo uma ameaça à segurança humana.
A decisão de neutralizar o potencial reprodutivo do rebanho vem depois que um estudo no início deste ano concluiu que os animais se tornaram um perigo. Os hipopótamos, que foram introduzidos originalmente na propriedade Hacienda Napoles de Escobar, são um dos legados mais duradouros do notório traficante de cocaína, morto pela polícia em 1993.
O estudo, realizado por pesquisadores de universidades mexicanas e colombianas, descobriu que os hipopótamos se reproduziram com tanto sucesso que se espalharam de sua casa original, cerca de 160 quilômetros a leste da cidade de Medellín, no departamento de Antioquia, dispersando-se ao redor do rio Magdalena e, como tal, deve ser considerada uma das principais espécies invasoras.
O estudo, publicado na revista Biological Conservation, recomendou o abate do rebanho. Mas outros promoveram a esterilização, citando preocupações com os direitos dos animais e apoio aos intrusos africanos que se tornaram uma atração turística pela qual a população local sente afeto.
Enrique Zerda Ordóñez, biólogo da Universidade Nacional da Colômbia, disse à CNN no início deste ano que a castração química era o único caminho a seguir, mas reconheceu que esterilizar um hipopótamo não é uma tarefa fácil.
De acordo com uma atualização desta semana, o governo colombiano até agora esterilizou 24, usando um produto químico que os torna inférteis.
Após a morte de Escobar, os hipopótamos foram deixados por conta própria na Hacienda Napoles porque se mostraram muito difíceis de capturar e transportar. Eles logo começaram a se expandir para a região circundante.
Ainda não se sabe se o novo esforço para conter o rebanho será bem-sucedido, mas os hipopótamos parecem bem adaptados à sua nova casa na América do Sul, mesmo a um custo para as espécies nativas.
O estudo de Conservação Biológica citou pesquisas sobre o efeito negativo das fezes de hipopótamos nos níveis de oxigênio em corpos d’água, que podem afetar peixes e, em última instância, humanos. O jornal também levantou preocupações sobre a transmissão de doenças de hipopótamos para humanos.