Ícone do site Bahia Pra Você

Ginastas alemãs usam calças para combater a sexualização

Ginastas da Alemanha abandonaram collants e protagonizaram um momento histórico da modalidade e dos Jogos Olímpicos ao se

TOPSHOT - Germany's Sarah Voss competes in the Women's beam qualifications during European Artistic Gymnastics Championships at the St Jakobshalle, in Basel, on April 21, 2021. - German female gymnasts at the European championships grabbed the headlines for wearing bodysuits rather than leotards in a sport plagued by abuse scandals. (Photo by Fabrice COFFRINI / AFP) (Photo by FABRICE COFFRINI/AFP via Getty Images)

Ginastas da Alemanha abandonaram collants e protagonizaram um momento histórico da modalidade e dos Jogos Olímpicos ao se apresentarem no treino de pódio, nesta quinta-feira (22), usando calças que cobrem as pernas, até o tornozelo, como forma de protesto às vestimentas que deixam parte do corpo exposto.

O uso de vestimentas de corpo inteiro, conhecidas pelo termo em inglês full-body suit, não é proibido na ginástica. Seu uso é previsto no regulamento da Federação Internacional de Ginástica (FIG) com o objetivo de incluir atletas que não podem usar os collants cavados na virilha, normalmente por motivos religiosos. Mas o que as alemãs fizeram hoje foi um posicionamento político.

“Temos a ideia de que cada ginasta deve estar confortável com as roupas que usa, e por isso criamos essa vestimenta. É muito importante que cada mulher use aquilo que ela quiser”, explicou a ginasta Pauline Schäfer.

A iniciativa de competir com pernas, nádegas e virilha cobertas partiu da alemã Sarah Voss, que apareceu com um modelo assim na fase classificatória do Campeonato Europeu da modalidade, em abril, na Suíça. Na final da competição, Kim Bui e Elisabeth Seitz também apareceram vestindo a roupa de corpo todo.

Quando esse tabu foi quebrado, no Campeonato Europeu, a Federação Alemã saiu em defesa das ginastas e afirmou que elas estavam se posicionando contra a “sexualização na ginástica”.

ANÚNCIO

A ginástica artística, afinal, tem tido que lidar com denúncias de assédio e abusos sexuais nos últimos anos, especialmente depois que vieram à tona as primeiras denúncias contra Larry Nassar. Enquanto médico da seleção norte-americana por duas décadas, ele abusou de mais de 140 meninas. Em fevereiro, um ex-técnico da seleção americana, John Geddert, foi acusado de 24 crimes, dois deles sexuais, e se suicidou antes de ser preso.

Sair da versão mobile