O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Edson Fachin, afirmou nesta terça-feira (17), que a Corte prevê convidar mais de cem observadores internacionais para acompanhar as eleições de 2022.
Fachin anunciou ainda a criação de uma rede para garantir a vinda ao país de observadores europeus — após o governo Jair Bolsonaro fazer pressão para evitar um convite formal à União Europeia durante o processo eleitoral brasileiro.
Em discurso na abertura de uma palestra sobre democracia e eleições na América Latina, Fachin afirmou que o Brasil não consente mais com “aventuras autoritárias” e que o cenário visto no exterior, com a invasão do Capitólio nos Estados Unidos e ameaças de mortes a autoridades eleitorais no México, “não pode nos ser alheio”.
“O mundo observa, com atenção, o processo eleitoral brasileiro de 2022. Somos, hoje, uma vitrine para os analistas internacionais, e cabe à sociedade brasileira garantir que levaremos aos nossos vizinhos uma mensagem de estabilidade, de paz e segurança, e de que o Brasil não mais aquiesce a aventuras autoritárias”, afirmou o ministro.
O recado ocorre em um momento em que o presidente Jair Bolsonaro (PL), que é pré-candidato à reeleição em 2022, voltou a subir o tom em seus discursos. Ontem, o presidente disse a empresários do setor de supermercados que o Brasil poderia ter “eleições conturbadas”.
“É um alerta da possibilidade de regressão a que estamos sujeitos e que infelizmente pode infiltrar-se em nosso ambiente nacional, o que, a rigor, já ocorreu”, disse Fachin.
De acordo com o ministro Fachin, já foram convidados a acompanhar as eleições 2022 no Brasil:
– Organização dos Estados Americanos (OEA);
– Parlamento do Mercosul;
– Rede Eleitoral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP);
– União Interamericana de Organismos Eleitorais (UNIORE);
– Centro Carter;
– Fundação Internacional para Sistemas Eleitorais (Ifes);
– Rede Mundial de Justiça Eleitoral.